Esta semana, mais precisamente na quarta-feira, 29, uma notícia deixou a todos estarrecidos: o ataque de policiais contra professores da rede pública do Paraná. As cenas que vimos causaram muita tristeza e revolta, pois mais de 200 profissionais ficaram feridos no ataque, que envolveu bombas, cachorros e gás de pimenta.

Em pleno século 21, é inaceitável ver um tratamento desses com aqueles que lutam por melhores condições de trabalho, por uma educação de qualidade e, acima de tudo, levam muitos ensinamentos, talvez este, considerado por muitos, o maior erro dos mestres, ajudar as pessoas a se tornarem seres questionadores e que não devem aceitar tudo que é imposto como verdade.

De acordo com pesquisas, o professor brasileiro é vítima de inúmeras violências, desde a verbal até atos mais fortes como os ocorridos esta semana, que envolvem ataques físicos. O governador errou em sua ordem e ficou uma marca feia para sua gestão.

Ver o sangue no rosto daqueles colegas é um retrocesso. Enquanto em inúmeros países os mestres recebem honrarias máximas por sua missão, infelizmente aqui ainda temos que assistir a estas barbáries.

Coloquei-me no lugar daquelas pessoas, afinal também sou professora. Em quantas coisas não devem ter pensado naquele momento. Passamos quatros anos em uma universidade, são oito semestres de lutas, anseios, até chegar ao almejado diploma e, após a formatura, vem a luta no concorrido mercado de trabalho e os desafios da sala de aula.

Quando saímos de casa pela manhã, tarde ou noite, colocamos na bagagem o nosso principal método: o amor. Preparamos nossas aulas e partimos em busca da conquista de crianças, jovens e adultos que queiram nos escutar, trocar experiências e propagar pelo mundo o conhecimento.

De repente, um encontro nas ruas com o intuito de buscar melhores condições para a categoria culmina no recebimento de pancadas daqueles que deveriam ter como missão a defesa. Será que nenhum daqueles PMs lembrou que para chegar ao posto que estavam necessitaram de um professor? O que dirão a seus filhos ao chegar em casa? Como ensinarão às suas crianças e jovens que a educação é a chave de tudo?

Parabenizo os policiais que se recusaram a investir contra os docentes e a todos que repudiaram o fato.

Ouvi a seguinte frase um dia e concordo plenamente com ela: pobre do país que despreza os seus próprios mestres.

A informatização acelera a busca aos conteúdos, mas não repassa valores; as máquinas podem trazer avanços inimagináveis, mas nunca irão substituir o calor humano, a conversa de professor e aluno, as histórias, descobertas e risos.

Que cenas como estas não surjam mais em nossos televisores e que desde cedo as pessoas tenham consciência do quanto a escola é importante e o respeito aos que ensinam é primordial.

Mais educação com os que educam!!!