William Ferreira

A tradição do sarau de prenda
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Olá! Eu, William Ferreira, estreio minha coluna sobre tradicionalismo contando um pouco sobre a expectativa para o Sarau da Prenda Jovem que acontece neste sábado no CTG Os Maragatos. Aqui vou falar sobre os eventos tradicionalistas de São Sepé como rodeios, bailes, eventos de CTG’s e tudo o que movimenta as entidades tradicionalistas de São Sepé e região. Espero que gostem!

 

“A cortina da vida se abre

Desabrocha uma flor em botão,

Um sorriso estampado em teu rosto

Enfeitando o visual do salão’”

(Wilson Paim)

 

Em pequenos detalhes, pequenos gestos, pequenas formas, surge mais uma edição do Sarau da Prenda Jovem. Algumas pessoas acham que é apenas mais um baile normal, mas não é.  Esse dia é muito importante para várias meninas. Algumas até desistem de sua festa de 15 anos para terem esse momento.

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Vendo essa importância, o Centro de Tradições Gaúchas Os Maragatos realiza mais uma edição do seu Sarau, o 29º Sarau de Prendas neste sábado, 20, às 23h, onde essas meninas serão apresentadas à sociedade tradicionalista. Esse é um momento único com muitas expectativas para elas e seus familiares, que ao decorrer desses últimos meses, tenham se empenhado por esse dia. A animação será do grupo Nosso Balanço.

Eu tive uma conversa com pessoas ligadas a esse evento, pessoas que fazem parte desse dia. A ex-patroa da entidade, a patroa atual e uma prenda que vai debutar neste ano.

 

A ex-patroa Lenira Bolzan fala um pouco do seu conhecimento, da experiência e expectativa para o Sarau.

“Depois de quatro anos à frente dessa entidade fico também na expectativa, pois já tivemos sarais com 15, 20 e até 30 prendas, sabemos como é importante esse dia, depois de muitas batalhas vencidas não poderia de estar presente. Tivemos uma conquista muito grande de 2013, todas entidades que não tivessem PPCI não poderiam realizar nenhum evento. Batalhamos para que aquele sonho não se adiasse, corrermos, nos esforçamos e em um mês a nossa entidade já estava com todo plano do PPCI pronto. Me lembro que foi uns do bailes mais elogiados na região. Então nada mais justo que a cada ano investir mais para que tenhamos mais uma edição do Sarau.

 

A atual patroa da entidade, Juliana Lopes Saraiva, fala também:

“Não nego, estou com o coração a mil, pois por ser meu primeiro sarau como patroa e ainda poder mais uma vez vivenciar e saber a emoção de cada prenda que estar ali andando naquela pista desfilando não tem preço. Olhar ao redor e ver os familiares e amigos é muita emoção. E sei que a edição desse ano não vai deixar de surpreender muita gente.  A nossa comissão promete encantar muita gente com um trabalho que eles já estão de parabéns. Nossa temática esse ano vai ser “como os baile de antigamente”. Aqueles bailes que levavam várias famílias para dentro da entidade para celebrar aquele momento em família e dar continuidade a nossa cultura. Porque não é apenas mais uma baile, é um sonho de muitas pessoas juntas e temos que mostrar porque é bom ainda fazer um sarau”.

 

E a parte mais importante é saber como uma prenda se sente e sua família na expectativa deste sarau. Então, conversei com uma prenda que vai debutar nessa edição.

 

A prenda Amanda Silveira de Matos nasceu em 30 de março de 2001. É filha de Cezar de Matos e Rosangela Silveira de Matos. A entidade representante é o CTG Coronel Chananeco. A mensagem que ela traz é:

“Vai, disse o velho, persiga teu sonhos guria, mas sempre saiba qual a estrada que te conduz de volta pra casa”.

“Pra mim o significado é sempre seguir o seu sonho sem esquecer do seu passado e dando seguimento sempre às suas raízes, ensinamentos que trouxe de meus pais, onde sempre tive uma estrutura de apoio nas minhas decisões. Resolvi abrir mão da minha festa de 15 anos para fazer meu sarau esse ano. Está sendo o melhor presente de todos, porque vai ser um momento único para mim, onde vou estar com pessoas que gostam de mim à minha volta”.

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Amanda, Cezar e Rosangela.

O pai da prenda, Cezar, falou sobre o momento: “Sempre tentamos mostrar à Amanda como é bonito ter orgulho do nosso Estado, da nossa cultura que muitos jovens preferem ficar em um quarto ou não saem por não terem um convívio social e o que me deixa muito feliz é em ver minha filha feliz com esse sonho”.

A mãe de Amanda, Rosangela, fica emocionada em falar desse momento por que toda a iniciativa foi sempre dela: “Eu o Cezar nunca forçamos ela a fazer nada o que não queria. Tudo começou quando ela tomou a decisão de entrar para o Calhandra. Foi uma alegria e agora ela abrir mão de algumas coisas para debutar está sendo marcante porque eu não tive a oportunidade de ter o meu, e ver minha filha feliz e o que me basta.

 

Com um momento desses fica a pergunta: Por que não se tem tantas prendas como antigamente? Será que é falta de incentivo dos pais, falta de responsabilidade ou o que será?  E que venham mais edições de sarais.

 

Um grande abraço a todos!

William Ferreira

Integrante da patronagem do CTG Os Maragatos.