Fabian Lisboa

Carta para o Papai Noel
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Querido Papai Noel, escrevo essa carta para lhe fazer um pedido. Quero deixar claro que não te perdoei pelo natal de 94, quando te pedi uma bicicleta bmx e ganhei uma roupa. Qual criança quer ganhar roupa? Se pelo menos tivesse sido uma bola, uma roupa? Mas, isso não vem ao caso agora.

Hoje com 31 anos, é, sei que é estranho, mas não sei mais para quem apelar. Meu pedido não é tão simples, sei que no momento é quase impossível, mas o senhor é o “bom velhinho”, vai me ajudar. Eu quero o meu Grêmio de volta.

Não precisa trazer Renato, o Portaluppi, nem Hugo de León. Dinho seria bom, um pouco de raça e “futebol violento” não faz mal a clube nenhum, muito menos ao tricolor, que mostrou isso ao mundo, chegando a ser rotulado como “o time mais violento do Brasil”. Felipão não se importou com esse título e liderou o time na década de 90, dando pontapé e empilhando taças nas estantes do Monumental.

Papai Noel, Arce seria ótimo, Paulo Nunes e Jardel um sonho. Mas, sei que ai já é pedir demais. O Grêmio voltando a ser Grêmio já seria bom. Amado por poucos, temido por muitos. Fazendo o que nasceu para fazer, no longínquo ano de 1903, levantar taças.

Não sei onde o Grêmio perdeu sua identidade, ou sua camiseta deixou de assustar. Mas, confio no senhor em descobrir essas respostas. Bom, acho que era isso, é um pedido sincero de um gremista triste, machucado, cansado de sofrer, que nunca vai abandonar esse time, mesmo ele fazendo de tudo para que isso aconteça.

Sei que estamos recém em maio, que o Natal é só em dezembro, mas estou pedindo com antecedência meu presente de Natal. Estou dando tempo para o senhor resgatar a alma castelhana que empurrou o Grêmio nas suas conquistas ao longo dos anos. Vou esperar ansioso a sua visita, espero que com ela me traga uma notícia boa, talvez um título, ou o mais importante, o meu Grêmio de volta.