Exportações de carne suína chegam a 65,6 mil toneladas em março

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Foto: divulgação/Hermínio Nunes

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As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) estão em ritmo acelerado em 2016, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A entidade divulgou essa informação em coletiva realizada segunda-feira, 11, em Porto Alegre.

Em março, saíram pelos portos brasileiros 65,6 mil toneladas de carne suína. O saldo é 78% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, as exportações no primeiro trimestre de 2016 chegaram a 164,9 mil toneladas – volume 77,8% superior ao alcançado nos três primeiros meses de 2015.

Graças ao bom desempenho dos embarques, a receita cambial segue positiva neste ano. Em março, com US$ 109,1 milhões, o saldo foi 27,7% superior ao alcançado no terceiro mês de 2015. No acumulado do ano, a alta é de 21,9%, com US$ 275,1 milhões registradas entre janeiro e março. Em reais, a alta é de 50,6% no saldo de março – com R$ 404,3 milhões – e de 64,6% no trimestre – com R$ 1,069 bilhão.

“O ritmo das exportações está em compasso acelerado e deve seguir por mais tempo nestes níveis. Com isso, considerando esta conjuntura, é possível prever que a disponibilidade interna de carne suína deverá apresentar uma redução de até 5%”, explica Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.

Foto: divulgação/Hermínio Nunes
Foto: divulgação/Hermínio Nunes

Carro-chefe das exportações, a Rússia foi destino de 38,5% do total exportado pelo Brasil em março, com 24,6 mil toneladas embarcadas (77% a mais que em março de 2015).

No mesmo período, para Hong Kong (segundo maior importador, com 25,7% do total) foram exportadas 15,7 mil toneladas, volume 58% maior que o obtido no terceiro mês do ano passado.

Com crescimento exponencial após a habilitação de novas plantas em 2015, as exportações para a China (que agora é o terceiro maior destino da carne suína exportada pelo Brasil) apresentaram elevação de mais de 30.000% em março, chegando a 6,4 mil toneladas.

“Os dez maiores importadores de carne suína do Brasil apresentaram forte crescimento nas exportações de março e do trimestre, o que indica boas perspectivas quanto ao saldo geral deste ano. Aumentou-se, também, a distribuição da oferta entre mercados, com a redução da participação da Rússia de 45% ao longo de 2015 para 37% neste primeiro trimestre”, ressalta Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente de suínos da ABPA. “Ninguém sobrepuja o Brasil em condições sanitárias”, complementa.

Santa Catarina foi o grande exportador de carne suína do Brasil, com 58 mil toneladas (35% do total efetivado pelo Brasil embarcadas ao longo do primeiro trimestre – volume 74% superior ao registrado no mesmo período de 2015. Em seguida veio o Rio Grande do Sul, com 50,4 mil toneladas (30,9% do total), número 58% maior que o obtido no primeiro trimestre do ano passado. No terceiro posto está o Paraná, com 20,6 mil toneladas exportadas (12,6% do total), incremento de 94% segundo o mesmo período comparativo.

Uma das grandes apostas para o aumento das exportações do setor de suínos está na especialização de sua produção. “Nós nos esforçamos para produzir de acordo com o gosto de cada mercado, tanto o brasileiro como o estrangeiro”, aponta Francisco Turra, citando o caso dos consumidores japoneses, que preferem uma carne com mais gordura.

 

Frango

Com o segundo melhor resultado mensal de sua história, os exportadores de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura, salgados, embutidos e processados), embarcaram 403 mil toneladas em março, volume 15,5% superior ao obtido no terceiro mês do ano anterior. Com isto, no primeiro trimestre deste ano foram embarcadas 1,04 milhão de toneladas, 12% a mais que o obtido nos três primeiros meses de 2015.

Também em alta, o saldo cambial de março superou em 0,5% a receita registrada o terceiro mês de 2015, totalizando US$ 582,2 milhões. Já no trimestre, há uma retração acumulada de 6,4%, com saldo de US$ 1,489 bilhão neste ano.

Em reais, entretanto, foram registradas altas de 18,6% (com R$ 2,1 bilhões em março deste ano) e de 26,6% no trimestre (com R$ 5,8 bilhões em 2016).

A Arábia Saudita segue como maior importadora de carne de frango do Brasil, com 15,4% do total embarcado em março. Para lá, foram exportadas 61,2 mil toneladas no mês, 1% a mais que no mesmo período do ano passado.

O grande destaque deste mês foi a China, que assumiu o segundo lugar dentre os mercados importadores, com 11,4% do total – o equivalente a 45,4 mil toneladas, volume 83% superior ao alcançado em março de 2015.

“Se somarmos os embarques para Hong Kong, a China se torna a maior importadora de carne de frango produzida no Brasil, com 69,1 mil toneladas embarcadas apenas em março. Este contexto indica equilíbrio entre a oferta interna e as exportações de carne de frango do Brasil”, ressalta Ricardo Santin, vice-presidente de aves da ABPA.

Outros mercados como União Europeia (35,3 mil toneladas, +14%), Emirados Árabes Unidos (31,2 mil toneladas, +34%) e África do Sul (24 mil toneladas, +20%) também apresentaram bom desempenho em março, na comparação com o ano anterior.

Dentre os estados com maior desempenho em exportação, o Paraná foi o líder no primeiro trimestre, com 366 mil toneladas exportadas (35,7% do total), volume 11,7% superior ao obtido no mesmo período de 2015. Em seguida veio Santa Catarina, com 234 mil toneladas (22,8% do total), número 8,1% maior, segundo o mesmo período comparativo. No terceiro posto está o Rio Grande do Sul, com 169 mil toneladas (16,6% do total), desempenho 9,4% superior ao registrado no primeiro trimestre do ano passado.

 

Ovo

Outro segmento que vem apresentando bom rendimento este ano é o de ovos (in natura e processados). Em março, foram embarcadas 1,449 mil toneladas, 46,7% a mais em relação ao mesmo período de 2015. No acumulado do ano, o crescimento é de 4,3%, com 5,512 toneladas embarcadas no primeiro trimestre de 2016.

A receita cambial do setor também está positiva neste primeiro trimestre. O saldo, de US$ 6,9 milhões, é 3,5% superior ao obtido entre janeiro e março de 2015. Considerando apenas o mês de março, a alta é de 69,8%, com US$ 2 milhões.

Em reais, o resultado do trimestre supera em 46% o saldo obtido nos três primeiros meses de 2015, com total de R$ 27,1 milhões. Em março, o crescimento obtido é 100% superior ao mesmo mês do ano passado, com R$ 7,5 milhões.

Minas Gerais foi o maior exportador de ovos do primeiro trimestre, com 2,1 mil toneladas embarcadas (39,4% do total), volume 39% inferior ao obtido em 2015. Com pouco mais de 2 mil toneladas (36,9% do total) está o Rio Grande do Sul, apresentando desempenho 37% superior ao registrado no ano anterior. Em terceiro lugar está São Paulo, com 1,2 mil toneladas (22,3% do total), volume que supera em mais de 3.000% o desempenho do Estado no 1° trimestre de 2015.

 

Alto desempenho

O presidente Francisco Turra destaca o desempenho dos setores em um ambiente econômico marcado por dificuldades: “Temos a chance de crescer em um Brasil atolado com muitos problemas. Reunimos qualidade e sanidade, diferenciais que nos dão condições favoráveis para vender para outros países”.

Presente na coletiva de imprensa, o secretário da Agricultura e da Pecuária do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, ressalta o papel econômico e social da avicultura e da suinocultura. “Temos desafios para equacionar, mas contamos com um potencial de crescimento imenso. O agronegócio é fundamental para fazermos a travessia neste momento difícil que vivem o Brasil e o Rio Grande do Sul”, diz o secretário.

Também participaram do evento o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, o presidente do SIPS (Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul), José Roberto Goulart, e o presidente da Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber.

 

 

* Fonte: Associação Brasileira de Proteína Animal

 

 

Guilherme Motta