Devido à estiagem, soja tem perdas acima de 50% na Região Central

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Foto: Gabriel Haesbaert/Diário


 

Foto: Gabriel Haesbaert/Diário

 

Os principais prejuízos nas lavouras da Região Central devido à estiagem decorrem da soja, onde a quebra média na safra chega a 54,90%. Em Tupanciretã, que tem a maior área de soja plantada no Estado, mais que da metade das lavouras já foi colhida. Contudo, para desalento dos produtores, a produtividade média está ficando abaixo dos 30 sacas por hectare.

 

PERDAS MÉDIAS

LAVOURAS

  • Soja – 54,9%
  • Milho – 62,7%
  • Arroz – 11,9%

 

PECUÁRIA DE CORTE

Perdas – 22,1%

 

PRODUÇÃO LEITEIRA

Perdas – 32,23%

 

Nem mesmo a chuva de segunda-feira trouxe alívio aos produtores, já que as perdas já estavam consolidadas pela falta de precipitação dos últimos meses.

Na fazenda Parceria Kurtz, em São Sepé, são plantados cerca de 800 hectares do grão. Desses, até agora, cerca de 200 foram colhidos e a produtividade média tem sido de nove a 15 sacas por hectare. Na safra passada, a média foi de 45 sacas.

“Isso não cobre nem o custo que tivemos. Temos bastante área plantada de forma tardia, então ainda temos uma expectativa de que melhore um pouco, mas não tem como saber. Às vezes a gente olha e acha que vai render um pouco mais, mas daí a máquina entra na lavoura e não rende”, relata um dos funcionários da fazenda.

 

ARROZ

Além de soja, muitos produtores têm como alternativa a lavoura de arroz e a pecuária de corte. Contudo, eles também vêm sofrendo com a seca. As pastagens em toda a região estão com baixa qualidade, o que impacta diretamente no desenvolvimento do gado e, consequentemente, no preço. Nas propriedades, há também bebedouros e açudes secos.

Em Santa Maria, cerca de 35% a 40% da soja plantada já foi colhida, e a estimativa de perdas, só nessa cultura, chega a R$ 105 milhões.

“A tendência é que as estimativas se mantenham essas, ou até piorem, nos próximos meses. A colheita da soja deve ir até o final de abril, mais ou menos. E essa safra está sendo bem problemática: o plantio da soja já atrasou por causa da chuvarada entre outubro e novembro e, agora, essa questão da estiagem”, destaca o chefe do escritório municipal da Emater, Guilherme Godoy dos Santos.

De acordo com Santos, há prejuízos, também, no milho, arroz, pecuária e hortifrutigranjeiros. A perda total no setor agrícola já chega a R$ 123,9 milhões em Santa Maria.

Na pecuária, o rebanho bovino apresenta, em sua maioria, apesar da seca, condição corporal ainda adequada. No momento, a Emater calcula perdas de 22,1% na atividade de pecuária de corte. As pastagens estão com baixa qualidade e pouca quantidade. Já há problema, também, com bebedouros e açudes.

 

Chuva não ameniza os prejuízos e só deve retornar no próximo domingo

Nem mesmo a chuva de segunda-feira, 6, que atingiu os 22,4 milímetros em Santa Maria, vai trazer alento aos produtores. Com a colheita avançada e as plantas já desenvolvidas, a precipitação não reverte os prejuízos causados pela estiagem, principalmente na soja. O resto da semana foi de tempo seco na região e quedas na temperatura.

“A chuva não muda a situação em quase nada. Para o arroz, apoia um pouco a recuperação dos recursos hídricos que estavam escassos. Dá um suporte para as lavouras aguentarem um pouco mais. Mas, para a soja, praticamente nada muda”, diz o chefe do escritório municipal da Emater, Guilherme Godoy dos Santos.

 

Agora, a chuva só deve retornar à região na semana que vem

“Uma massa de ar seco bem intensa vai levar bastante frio ao Estado. Nos próximos dias, vamos ver o declínio da temperatura com o tempo firme. A previsão de chuva fica somente para o final de domingo e o início da segunda-feira, com uma frente fria muito próxima à que ocasionou a última chuva”, afirma a meteorologista da Somar, Gabriele Golart. As informações são do Diário de Santa Maria.