Delegado investiga golpistas que se passam por ele mesmo

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Foto: arquivo/O Sepeense

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A Polícia Civil investiga pessoas que se passam por delegado para enganar empresários em Santa Maria. Para aplicar o golpe, eles pedem dinheiro para um projeto que não existe. O curioso é que o próprio delegado que tem o nome usado pelos golpistas, Antônio Firmino de Freitas Neto, é o responsável pela apuração.

Firmino atuou durante vários meses em São Sepé como delegado substituto em casos de grande repercussão como a morte do caminhoneiro Cleber Ouriques e na investigação da morte do idoso Adão Correa Machado, ocorrida em dezembro de 2014 no Bairro São Francisco.

Um empresário, que prefere não se identificar, conta que recebeu ligação de um golpista. “Recebi a ligação pelas três horas da tarde, dizendo que era o delegado Firmino, e que tinha um projeto de uma revista para combater a criminalidade na cidade, e combater esses assaltos nas nossas empresas”, relatou.

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Foto: O Sepeense/arquivo

Esse golpista, segundo o empresário, pediu R$ 400 para ajudar na publicação da revista falsa. Mas a pressa em receber o valor fez com que ele desconfiasse da ligação.

“Era em depósito, em dinheiro, no nome de uma mulher que ele não tinha o CPF para fazer essa transferência (…) E a pressa pelo pagamento… Com isso, a gente desconfiou, foi tirar a história a limpo, e viu que se tratava realmente de um golpe”, completou.

O empresário Antônio Machado também recebeu a ligação. Ele acabou depositando R$ 700 para ajudar o “delegado” a fazer a revista. Quando ligou para o delegado verdadeiro, descobriu que se tratava de uma fraude.

“Da maneira como ele contou, você não tinha como dizer que não era… Ele falou do acidente do delegado, de quando ele trabalhava em Tupã, que teve um assalto, que caiu com a caminhoneta e quase morreu… falava tudo desse jeito: eu, delegado Firmino”, comentou.

Os casos foram registrados na Polícia Civil e passaram a ser investigados pelo próprio delegado citado pelos golpistas. “As pessoas têm confiança, têm credibilidade no trabalho da gente frente à Polícia Civil. A partir daí eles usam esse nome como credibilidade, eu entendo assim. E também as pessoas me disseram, que já que era eu, eles estavam colaborando”, disse o delegado Antônio Firmino de Freitas Neto.

A polícia já pediu a quebra de sigilo bancário de um golpista, e descobriu que a conta é de Santana do Livramento, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

 

 

* Com informações do G1 RS

 

Guilherme Motta