A vida de João Luiz Vargas 10 anos depois da Operação Rodin

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Foto: arquivo/divulgação


Foto: arquivo/divulgação

Aos 65 anos de idade, o advogado, jornalista e político João Luiz Vargas conta que sua vida teve uma reviravolta nesses 10 anos. Apesar da imagem arranhada, o ex-deputado estadual de São Sepé, que acumulou cargos importantes na política, retornou às origens e acredita que está dando a volta por cima.

Presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na época da Rodin, João Luiz foi afastado da função. Aposentado, o advogado, que já foi prefeito de sua terra natal, líder do governo Collares na Assembleia Legislativa, presidente do Parlamento Estadual e até governador interino por durante viagem do então governador Antônio Britto, voltou aos estudos, com uma especialização na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), em fase de conclusão.

“Meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) é sobre crimes eleitorais”, diz João Luiz, prestes a concluir a especialização.

Além da especialização, João Luiz advoga e, no seu retorno ao PDT, percorre o Estado em campanha pela candidatura do ex-prefeito de Canoas Jairo Jorge ao governo do Estado. Ele não pensa em concorrer novamente, mas está empolgado.

“Devo muito ao PDT, o PDT foi tudo pra mim”, diz o ex-deputado, que se assume como admirador e seguidor do líder revolucionário Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança.

No final de semana passada, João Luiz fez questão de participar da inauguração do Memorial Luiz Carlos Prestes, em Porto Alegre, ao lado de militantes históricos da esquerda e do presidenciável Ciro Gomes. A admiração pelo líder da histórica Coluna Prestes, entre os anos de 1925 e 1927 do século passado, remonta a seu tempo de juventude, quando ele chegou a participar de um grupo de prestistas.

Sobre a Rodin, que ele diz estar superando, ainda guarda mágoas e ressentimentos. Fala pouco, prefere contar sua versão em livros. Um deles – Operação Rodin: a arte de de destruir reputações – está na segunda edição. E uma segunda publicação já está a caminho.

“A Rodin nos envolveu tanto emocionalmente, mas faz parte, entendo até a função do juiz Loraci. Tenho convicção jurídica que a absolvição é inevitável por falta de provas”, acredita.

O ex-deputado, que também responde a uma ação de improbidade administrativa em grau de recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), mora em Porto Alegre, onde tem escritório de advocacia, e em São Sepé, para onde viaja todos os finais de semana, quando não está acompanhando Jairo Jorge. É lá que ele se dedica a fazer uma das coisas que mais gosta, além da política: escrever letras para músicas nativistas, algumas inscritas em festivais.

 

 

Fonte: Diário de Santa Maria