1 –  TITO

Este tipo popular tinha muita semelhança ao Chico Louco, de quem já falamos em outra oportunidade, quando o assunto relacionava-se a casamento. Tinha pendor para a música, tocava perfeitamente gaita de boca. Ele era muito bem aproveitado pelos burgueses para o trabalho com aquela excelente remuneração.

Ele dava preferência em trabalhar nas casas onde tivesse uma moça bonita com a qual, na sua imaginação pretendia casar. O Tito pedia que alguém escrevesse em um papel o nome de uma determinada moça e de posse deste papel, colocava-o no bolso e dizia: “Esta tá bem segura”.

Passados alguns dias, ele pedia para qualquer pessoa fazer os papéis para o seu casamento que seria breve. Alguns para troçar com ele, preenchiam alguns rabiscos em uma folha de papel almaço e colocavam qualquer selo usado. O Tito saia a convidar todas as pessoas que enxergava e mostrando o referido papel dizia: Agora sim, a moça estava selada e ia de fato ser dele.
E assim ele envelheceu, tocando gaita e na esperança de um casamento que nunca se realizou até o seu desaparecimento.

2 – SABINO

Este demente tinha a mania de ser um cidadão bastante distinto, dizendo que não gostava de se misturar com certa gentinha para não se rebaixar, tendo enorme pavor de loucos, como dizia.

Quando entrava em uma casa comercial e se por acaso encontrasse o Chico Louco, de quem já nos referimos acima, se dirigia ao comerciante pedindo-lhe para retirar aquele maluco perigoso, sob pena de não fazer negócio, falando também que tinha muito medo que o Chico lhe mordesse e com certeza ele também ficaria louco. Ele, como tinha muito medo do Chico Louco, dirigiu-se às autoridades locais, solicitando a internação deste demente no hospício em Porto Alegre.

E, com essa preocupação até morrer, viveu o Sabino com os loucos que vagavam pelas ruas da então chamada Vila de São Sepé.

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