Valdiocir Bolzan

Os piqueniques
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Há muitos anos atrás era uma das diversões em moda os chamados piqueniques, que eram realizados todos os anos, no verão. Combinavam o dia que era sempre em um domingo e os lugares escolhidos eram o Buraco do Paulino e o Pesqueiro das Pedras, por serem os mais apropriados para essa festa campestre, apreciada por todos.

Antecipadamente começavam a angariar dinheiro por meio de uma lista para a realização desse evento. Isso não era difícil naqueles tempos porque todos tinham interesse em participar e as importâncias doadas dificilmente ultrapassavam de 2 mil réis e o número de participantes era de 100 a 200 pessoas.

O valor arrecadado era utilizado para compra de assados de carnes variadas, vinho doce e de uva, cerveja e gasosa, sendo tudo em grande quantidade. Todos eram avisados por meio de foguetes que eram soltados para avisar a hora da partida da Vila para o local escolhido. Uns iam de carroça, outros de aranha e outros à cavalo.

Mais tarde seguia outra turma muito grande a pé que era constituída de rapazes e moças acompanhados pelas suas famílias e puxados pela banda de música que seguia na frente tocando um dobrado, que nada cobrava pela sua animação musical por motivo de os integrantes da mesma apreciarem esse divertimento.

Lá no mato, desde as primeiras horas da madrugada, já haviam participantes no local trabalhando na arrumação de tudo que fosse necessário. Arrumavam mesas improvisadas de tábuas apoiadas em caixões e faziam bancos toscos. Ao meio-dia, em ponto, os participantes eram servidos com toda presteza pelos garçons, tendo sempre a animação musical da banda.

A rapaziada era servida à moda campeira, pois cada um conduzia a sua faca grande na cintura. Comiam os assados ali nos espetos, regado a vinho ou cerveja, sem, entretanto, se excederem porque os costumes daqueles tempos eram severos e todos se respeitavam.

Era um ambiente de harmonia que encantava e, além da banda, compareciam os trovadores com os seus violões, outros com gaitas e outros instrumentos. Tudo era prazer para aquela mocidade que ali estava como se fosse uma só família onde reinava harmonia.

Quando o sol descambava para o poente anunciando que em breve seria noite, combinavam a partida que seria da mesma forma que a chegada, puxados pela banda, cadenciados pelo mesmo dobrado até chegarem à Vila.

Essas festas campeiras eram muitíssimas apreciadas naqueles bons tempos que se acabaram para nunca mais voltarem em São Sepé.

 


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