Valdiocir Bolzan

Marco Louco
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Marcos era o verdadeiro nome porem popularmente era conhecido como Marco Louco. Era de uma popularidade a toda prova, sendo também muito apreciado por todos. Ficava enfurecido quando lhe chamavam de Toro Preto, sendo capaz de cometer os maiores desatinos. Tinha vocação para a música, fazendo parte da Banda Paz e Concórdia, tocando a pancadaria.

Tinha também a mania das grandezas e trajava-se bem, como ele próprio dizia. Usava óculos e anéis, tudo objetos baratos que lhe davam, recebendo também na época uma sobre-casaca, uma cartola e um par de botinas. O anel ele dizia que era de bispo e que tinha uma luminária que encantava os olhos das bichas, referindo-se às moças.

Tinha a mania de casamento com moça rica e ruiva, que era para juntarem as fortunas, para ele ficar mais milionário do que era. Sempre o seu casamento seria em breve e contrataria 500 automóveis para os convidados dirigirem-se às cerimônias matrimoniais. Queria também uma passeata pelas ruas e que os convidados fossem munidos de pistolas para darem salvas. Depois seguiriam para a sua estância e lá ele mandaria os seus empregados trazer o seu gado de raça para a frente da casa a fim de todos saberem com quem a moça foi casar.

Quando um rapaz pedia-lhe uma explicação sobre a maneira de falar com moça, pedindo-lhe para casamento, o Marcos não se perturbava e assim dizia: Amigo velho, você tem que dar um passo a direita e dizer à jovem estas palavras: Excelentíssima senhorita. Eu vivo suspirando a sete e vinte e cinco de minutos por teu respeitismo, imaginando quando chegará o dia que eu vou te atirá (sic) na taboa do pescoço

Também, quando lhe perguntavam como seria o pedido ao pai da moça, ele dizia: É muito fácil, meu amigo. Você não se acanhe do bicho e diga isto: Excelentíssimo sub-chefe de uma família respeitosa. Não sou deste redatório, mas tive a conferência necessária de chegar na vossa presença para imparar (sic) essa jovem que está fora de desamoro há 14 anos. Era analfabeto porém dizia que o mal da humanidade era a leitura e dizia possuir muita sabedoria.

Mais tarde ficou bastante doente devido á sua vida desregrada. Mesmo assim, neste estado deplorável, quando ouvia a banda tocar, juntava-se com os seus antigos companheiros, acompanhando-os nos eventos que eram realizados.

E, nessa esperança desapareceu o pobre Marcos que era o divertimento da mocidade de São Sepé.

 


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