Valdiocir Bolzan

A mulher de branco
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Hoje contamos com a colaboração do amigo Rogério Vargas, companheiro do programa São Sepé sua história e sua gente, apresentado na Rádio Fundação Cotrisel por mais de três anos e também o programa História e Estórias, veiculado na Rádio Comunitária, hoje Rádio Pulquéria. A matéria abaixo foi levada ao ar nestes dois programas.

Então passaremos o que nos relata o Rogério Vargas:

“A mais ou menos 45 anos atrás fui procurado pelo taxista de apelido Ferrinho me convidando e perguntando se eu tinha um aparelho de procurar enterro de dinheiro para fazermos uma incursão até o município de Caçapava do Sul, no lugar denominado “Caldeirão” onde supostamente haveria um enterro de dinheiro dentro de uma lagoa naquela localidade.

Imediatamente eu aceitei o convite e participaram da comitiva os senhores Basileu Guedes de Vargas (pai de João Luiz Vargas), Noé Gazen (pai de Ivan Gazen) e o padeiro que tinha uma padaria na Avenida XV, que agora não recordo o nome (pai do Thiago).

De posse do aparelho que pertencia ao Basileu Vargas,nos dirigimos para o local. Era um domingo de inverno, um dia muito agradável, e passamos umas boas horas naquela tarde no intento de localizar o precioso cabedal. Na mesma tarde chegamos na referida lagoa e após várias buscas utilizando o aparelho para procurar ouro, nada foi encontrado.

À tardinha, devido ao insucesso, retornamos para São Sepé e como anoiteceu em seguida resolvemos jantar em uma churrascaria de Caçapava do Sul. Feito isso viemos de retorno para São Sepé por volta de 23h, no tempo que funcionava a estrada velha São Sepé-Caçapava do Sul. Mais ou menos no local denominado Coxilha das Pedras, distrito de São Rafael, onde tem umas árvores na beira da estrada em direção a São Sepé, especialmente um pé grande de guajuvira, o companheiro Noé Gazen se dirigiu ao motorista Ferrinho dizendo ‘pára o Fuca’, sendo atendido imediatamente. O solicitante Noé baixou a cabeça e colocou a mão sobre os olhos e ficou nesta posição por alguns segundos completamente absorto em pensamentos sobrenaturais. Posteriormente se recompôs e mandou seguir a viagem.

Eu, na condição de mais jovem na ocasião, fiquei muito curioso, mas em respeito à idade dos companheiros não quis perguntar o que teria acontecido. Chegamos em São Sepé, nos dirigimos à Avenida XV de Novembro para deixar o companheiro padeiro em sua residência. Logo após nos dirigimos à Rua Riachuelo onde na época residia o Sr. Basileu.

Após, nos dirigimos ao hoje bairro Pontes para deixar o companheiro Noé. Eu e o Ferrinho ficamos no Fuca. Não me aguentei e, ao nos despedirmos, interpelei o companheiro Noé. ‘O que houve na Coxilha das Pedras que tu tomaste aquela atitude de mandar para o Fuca?’. Imediatamente ele disse assim: ‘mas vocês não viram uma mulher de branco, alta e magra, que atravessou a estrada apontando para as árvores ao lado direito no sentido Caçapava-São Sepé e nós íamos atropelá-la?’. O Ferrinho interpelou o Noé: ‘mas porque não nos falaste para que nós colocássemos o aparelho nas árvores para ver se existia alguma coisa ali?’.

O fato é que depois desse acontecimento eu comecei a criticar e contar para meus amigos: ‘vou parar de andar com esse pessoal porque isso aí é um bando de loucos’. Então, por gozação, quando surgia alguma conversa sobre enterro de dinheiro, eu em tom de brincadeira contava esse fato e dizia que lá na Coxilha das Pedras havia um enterro de dinheiro. Passados alguns anos, por ironia do destino, eu sem estar preparado financeiramente, terminei adquirindo parte daquela área de terra, exatamente para onde a mulher de branco apontava.

Comecei a pensar com os meus botões: ‘será que aquela visão que o amigo Noé tinha presenciado não era um indício de que eu fazia parte daquela comitiva e que futuramente iria adquirir aquele local?’. Passado um certo período recebi a visita do amigo Valmir Mathias, que na época morava em Recife, onde saímos a caminhar ao redor na propriedade rural, mostrando as benfeitorias a ele, ficando o mesmo encantado. À noite, após o jantar, nos sentamos na sala da casa para prosear, sendo que o amigo visitante voltou ao assunto do negócio que eu tinha realizado. Eu disse que achava que tinha sido guiado para aquele local. Passei a relatar a história objeto desta matéria. Quando estávamos conversando sobre este assunto, começamos a sentir uns arrepios pelo corpo, cabelos arrepiados, paramos de conversar e ficamos em absoluto silêncio. Então o amigo Valmir me disse: ‘Rogério, este espírito está aqui conosco’. Imediatamente solicitou que este ente se retirasse do local, pois ele não mais pertencia a este mundo. Era uma noite de verão muito quente, não existia nenhuma corrente de ar. À medida em que fomos voltando ao normal, se fechou uma veneziana de uma janela que estava aberta dando um estouro como que aparecer que aquela veneziana teria sido empurrada de fora para dentro. Na ocasião estavam no local e presenciaram este episódio a Fátima Pires Mathias e a sua amiga Corina que acompanhavam o Valmir e mais a minha esposa Verônica, além do meu cunhado Alois Rosa que trabalhava comigo.

A partir daí ficamos na firme convicção que a mulher de branco foi quem nos guiou para aquele local. Os nosso filhos já independentes trabalhavam em outros municípios e seguidamente vinham nos visitar. Quando isto acontecia a minha esposa fazia orações pedindo que eles fizessem uma boa viagem. Certa feita o meu filho mais velho, de nome Leônidas, vindo de Três Passos, que estava acompanhado de sua esposa Cleris, ao passarem do pontilhão da Sanga do Morcego, o mesmo percebeu que vinha sendo seguido por um carro branco. Ele bruscamente foi para a direita a fim de dar passagem. Foi automaticamente interpelado pela esposa o que estava acontecendo. Ele disse que estava dando estrada para passar um carro branco que estava atrás deles. A companheira não visualizou nada. Prosseguindo a viagem, novamente por mais umas duas vezes só ele enxergava pelo retrovisor a presença do carro e falava à sua esposa sobre a presença do carro o qual ela não via. Ao chegarem na entrada do corredor que dá acesso à minha propriedade, as visões desapareceram, parecendo indicar corretamente o caminho a ser percorrido.

Passado um período a minha esposa estava passando roupa e assistindo TV na sala da residência, quando se questionou: ‘mas se me aparece a mulher de branco nesse momento?’. Assim que ela teve esse pensamento imediatamente surgiu um forte cheiro de perfume no ambiente. A minha esposa tratou de encerrar os afazeres e se recolheu ao leito no qual eu já estava dormindo e no outro dia me relatou o ocorrido. Depois desta ocasião nunca mais aconteceu nada de anormal que nós tivéssemos presenciado.

 


Este é um relato verídico do Rogério Vargas que merece toda a confiança, pois o mesmo narra em detalhes verdadeiros os fatos ocorridos.

 


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