Saída de médicos cubanos afeta cerca de 3.500 pacientes em São Sepé

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Foto: O Sepeense


 

Foto: O Sepeense

O anúncio por parte do governo de Cuba sobre a saída do programa Mais Médicos do Brasil pode afetar os atendimentos a cerca de 3.500 pacientes em São Sepé. Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcelo Ellwanger, atualmente existem quatro vagas no município sepeense dentro do programa do Governo Federal. Destas, duas vagas eram ocupadas por médicos cubanos.

Nos últimos meses, uma médica cubana teria ido embora para os Estados Unidos e a vaga ficou em aberto. A outra profissional atuava na Unidade Básica de Saúde do Bairro Tatsch e com o anúncio do governo cubano a unidade ficará sem profissional até que a situação se resolva.

Outro profissional do Mais Médicos que atuava em São Sepé veio através de uma parceria com a Universidade Federal de Santa Maria, no entanto, esta vaga está em aberto desde março. Uma contratação emergencial para a Vila Block deve suprir a carência do profissional.

Além disso, há um médico brasileiro formado no exterior que atua no mesmo programa, e trabalha na Unidade Básica de Saúde do Bairro Lôndero.

De acordo com o secretário municipal, no momento São Sepé está sem três profissionais do Mais Médicos. Um edital já foi aberto pelo Governo Federal para preencher as duas vagas que eram ocupadas pelos cubanos em São Sepé.

“Vamos repor em breve na Vila Block e vamos ficar na expectativa que apareçam neste novo edital novos profissionais para que consigamos recuperar as vagas que até então eram ocupadas pelas médicas cubanas”, explica.

 

Custo para a Prefeitura

Ellwanger disse que a Prefeitura de São Sepé não tem como custear a vinda de novos profissionais, já que o valor mensal para manter os médicos gira em torno de R$ 60 mil, além de outros encargos.

“É claro que o programa Mais Médicos ajudou bastante, embora existam alguns problemas”, avalia o secretário. Segundo ele, as médicas cubanas que atuavam em São Sepé ficavam em apartamentos alugados pela Prefeitura que, através da Secretaria Municipal de Saúde, arcava com as despesas como auxílio moradia e auxílio alimentação. Já o salário dos profissionais era pago pelo Governo Federal. Segundo Ellwanger, os próprios médicos cubanos relatavam que ficavam com parte do valor e o restante era destinado ao governo de Cuba.

 

Sistema Único de Saúde (SUS)

O secretário avalia que grande parte dos médicos que se formam no Brasil não querem atuar no Sistema Único de Saúde, mas já adianta que o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Saúde e Educação estão estudando formar de criar universidades especializadas em formar médicos de saúde da família.

“O Brasil forma profissionais caríssimos que muitas vezes não querem atuar no SUS. O programa Mais Médicos foi muito bom para colocar médicos em todos os rincões do Brasil onde não tinha. Tem pessoas maravilhosas que vieram de Cuba, mas está na hora do Brasil tomar para si a responsabilidade que é dele. A gente não precisa trazer médicos de fora. Temos que resolver essa questão aqui dentro”, comenta.

Recentemente a Câmara de Vereadores de São Sepé aprovou um projeto da Prefeitura para contratação de dois médicos clínicos gerais, em regime de 20 horas. Desde março o município está sem atendimento médico nos postos de saúde dos bairros Tastch, Vila Block e na unidade móvel que atende as Estratégias de Saúda da Família (ESFs) do interior.