Resíduo asfáltico foi colocado graças a “pressão”, dizem moradores do Bairro Hípica

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Na última sexta-feira, 28, teve início a colocação de resíduo de asfalto na Av. Marechal Idelfonso de Moraes, no Bairro Hípica, em São Sepé. A atitude foi comemorada pelos moradores, mas um ponto chamou a atenção. Segundo eles, o resíduo só foi colocado no local graças à “pressão” deles feita junto da Administração Municipal.

Segundo o morador Luiz Evangelho (Delano), que procurou a reportagem de O Sepeense para prestar alguns esclarecimentos, a promessa de que os bairros Hípica e Zenari receberiam resíduo asfáltico vinha desde a época da campanha eleitoral, em 2016. Delano, que mora há 30 anos no bairro, disse que os moradores convivem há pelo menos 40 anos com a poeira, barro e buracos. Para que o problema fosse solucionado, os moradores então reivindicavam junto à Prefeitura a construção de calçamento com paralelepípedos. Segundo o morador, como isso não foi possível devido ao corte de verbas por parte do Governo Federal, houve a promessa em nível municipal de que fosse colocado resíduo asfáltico.

Passaram-se os meses e o problema persistia. Foi quando em abril deste ano um grupo de moradores de ambos os bairros se reuniu e iniciou uma série de protestos. Como na época a alegação era de que não havia resíduo de asfalto, a Prefeitura iniciou a construção de quebra-molas na via, mesmo os moradores discordando da medida, mas que seria para amenizar o problema da poeira. Ainda conforme Delano, ficou o compromisso do vice-prefeito Kéio Santos, de que quando as máquinas trabalhassem na recuperação da BR-392 o primeiro bairro a receber o resíduo seria o Bairro Hípica.

Ao verem que as máquinas já haviam iniciado o trabalho de recuperação da rodovia entre o Passo do Verde e a Vila Block, os moradores cobraram a colocação do resíduo no bairro. Na semana passada, enquanto cargas e mais cargas do material eram retiradas da BR-392 e colocadas em outros pontos do município, o fato revoltou moradores e iniciou-se um movimento organizado por eles próprios de que, caso o bairro não recebesse o resíduo de asfalto na mesma semana, eles iriam trancar a Av. Marechal Idelfonso de Moraes, no dia da festa dos caminhoneiros.

Ao ser comunicado pelos moradores de que haveria protesto no dia da festa, Delano diz que foi até a Prefeitura em busca de uma solução e pediu para que o Executivo Municipal iniciasse a colocação do resíduo para que “os ânimos se acalmassem”. Na quarta-feira, 26, Delano disse que recebeu uma ligação informando que na quinta-feira, 27, seria dado início na colocação do resíduo no bairro. A Prefeitura chegou a alegar que como a quantidade de resíduo seria insuficiente para um grande trecho, pontos específicos em diversas partes da cidade seriam priorizados no primeiro momento.

Delano reclama do fato de um vereador ter sido convidado a posar para uma foto, numa espécie de “entrega” do resíduo asfáltico. “Na primeira vez em que pedimos ajuda para esse vereador, ele disse que não poderia vir e que não queria se envolver. Os únicos vereadores que nos auxiliaram foram o Élcio Teixeira, que estava no dia do protesto com a gente, o Janir Machado, que enviou um caminhão com água para amenizar a poeira, os vereadores Tavinho Gazen e Maria Silveira, que nos encaminharam ofício se colocando a disposição para o que precisássemos, e o vice-prefeito Kéio Santos, que desde o protesto esteve com a gente e nos atendeu sempre”, explica Delano.

Delano foi taxativo ao dizer sobre o caso. “Quem quiser participar, que venha ajudar. Resíduo não é caçador de voto. Não vamos aceitar pessoas públicas que não estejam ajudando. O resíduo saiu por ‘pressão’ dos moradores e porque o Kéio ‘tomou peito’ da situação”, destaca.

Agora, os moradores aguardam a colocação de resíduo em toda extensão do trecho de quase dois quilômetros. Na tarde de segunda-feira, 31 de julho, o resíduo continuava sendo depositado e uma patrola espalhava o material sobre a via. Além disso, eles reivindicam o término da colocação de luminárias, já iniciado mas ainda sem conclusão.