O Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) instituiu, no último dia 19, o Corredor Ecológico da Quarta Colônia (Portaria nº 143/2014), o primeiro da história do Rio Grande do Sul. Iniciativa solicitada pela região na fase de elaboração do Projeto RS Biodiversidade, abrange os nove municípios da Quarta Colônia mais Santa Maria e Itaara.
O Corredor Ecológico é um instrumento de gestão territorial que tem por objetivo propiciar condições adequadas para o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e promover a conectividade entre fragmentos de vegetação natural.
Objetivo é preservar e gerar renda
A ação é resultado do trabalho da consultoria do Instituto Curicaca e dos técnicos da Sema, Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Fundação Zoobotânica (FZB) e EMATER, responsáveis pela execução do Projeto RS Biodiversidade e representantes de instituições locais.
Durante o estudo, foram realizadas duas oficinas na região, uma em Silveira Martins e outra em São João do Polesine, para a delimitação do Corredor Ecológico e elaboração de estratégias e ações para sua implementação.
Além de amplo debate, firmaram-se propostas que compõem o Plano de Ação de Implementação do Corredor, cujo objetivo é refletir a realidade regional e trazer incentivos e oportunidades de renda a partir da reorganização de processos produtivos locais.
Riqueza natural é proveniente de áreas de conservação
A presença do Parque Estadual da Quarta Colônia e demais alvos de conservação identificados pela consultoria, como a Reserva Biológica, o Parque Municipal de Sobradinho, a Terra Indígena Salto Grande do Jacuí e mais onze áreas remanescentes da Floresta Estacional que pelo seu tamanho, grau de conectividade e riqueza florística foram selecionadas para integrarem o Corredor, são fatores que reforçam a importância deste Corredor, que integra a área da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do RS, reconhecida pela UNESCO em 1993.
A partir do reconhecimento do Corredor Ecológico da Quarta Colônia pelo poder público estadual, deve-se iniciar um processo de valorização da região, priorizando políticas públicas e projetos que contribuam para a geração de renda e a conservação dos remanescentes florestais.
Para o próximo ano estão previstas oficinas para a apreciação do Plano de Ação e priorização das ações a serem executadas, bem como o apoio das instituições parceiras para articulação e execução das mesmas.
Texto: Hélio Gama Neto / Sema
Foto: Suzane Marcuzzo / Sema