Perícia vai apontar causa de morte de mulher em São Sepé

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A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte de uma mulher, de 43 anos, encontrada sem vida dentro da própria casa, em São Sepé. De acordo com a delegada Carla Dolores Castro de Almeida, a polícia chegou ao local no domingo, 18, pela manhã, depois de ser chamada pelo filho da vítima, de 19 anos, que mora na casa ao lado.

O marido estaria deitado ao lado do corpo na cama, segundo a Brigada Militar e testemunhas. A perícia informou que pelas condições em que o cadáver foi encontrado a mulher já estaria morta há aproximadamente 24 horas. Um inquérito foi aberto para apurar o caso.

A delegada trabalha com três hipóteses, mas diz que o resultado da perícia, apontando a causa da morte, será fundamental para a conclusão da investigação. Por enquanto ela não descarta a possibilidade de morte natural ou de suicídio, já que a mulher tomava vários remédios. Entretanto, a linha que tem se mostrado mais consistente, a partir de depoimentos de familiares e do próprio marido, é a de feminicídio.

De acordo com a delegada o casal já estava junto há 12 anos e chegou a ter um filho, que é menor de idade. Eles também tinham filhos de outros relacionamentos. Ela afirma que a vítima já havia denunciado o companheiro mais de uma vez por violência. “O companheiro dela tem vários antecedentes, ele foi indiciado pela Maria da Penha diversas vezes.”

Em seu depoimento à polícia, o homem relatou que os dois estariam desde sábado bebendo, e que ele acabou dormindo. Quando acordou de manhã, no domingo, teria visto que a mulher estava gelada e arroxeada. Foi então que teria ligado para a mãe, que foi até o local e constatou que a nora estava morta. Na sequência, ainda conforme o relato do homem à polícia, eles teriam avisado o filho da vítima.

“Há várias contradições no depoimento dele, o que reforça a tese de um possível feminicídio”, avalia a delegada que diz que a polícia não foi chamada de imediato. “Ele disse que entrou em estado de choque, que não estava acreditando”, acrescenta.

Além do marido, a polícia já ouviu os filhos, a sogra da vítima e ainda irá ouvir testemunhas. A delegada diz que todos sabiam que o relacionamento do casal era abusivo. “O relacionamento em si, pelo que a gente pode perceber, era tóxico”, conta.

Segundo a polícia, os dois chegaram a ficar separados por um tempo, quando a mulher se envolveu com outra pessoa. Eles teriam reatado o relacionamento na última quinta-feira, 15. O filho do casal passou o fim de semana na casa da sogra.

Após prestar depoimento, o marido foi liberado porque, segundo a delegada, não se tinha requisitos para pedir uma prisão preventiva. O resultado dos trabalhos da perícia é aguardado para que a investigação avance. “Não é comum, não pode ser enxergado meramente como um encontro de cadáver”, conclui.

 

 

Fonte: G1