A terça-feira, 13 de julho de 2016, foi diferente para Paulo Roberto Falcão. No início da tarde, combinava detalhes com a família e amigos para celebrar o aniversário da filha Antônia à noite. Mas o amor ao Inter fez o ídolo colorado desmarcar a comemoração e se reunir com o presidente Vitorio Piffero e o vice de futebol Carlos Pellegrini para jantar em um restaurante de frutos do mar da zona norte de Porto Alegre. Em pauta, sua terceira passagem pelo clube como técnico.
O acerto foi selado, e o novo treinador será apresentado na tarde desta quarta. Para celebrar o retorno do filho pródigo depois de cinco anos, o clube já trata de ações extracampo para a estreia, no próximo domingo, contra o líder Palmeiras, no Beira-Rio.
A primeira promoção dá conta de que os 5 mil primeiros torcedores que chegarem ao estádio com uma camisa de número 5 às costas – usado por Falcão em sua época de jogador – terão acesso gratuito. Durante a madrugada, a direção alinhavou outras atrações para o jogo, as quais devem ser divulgadas pelo clube ao longo do dia. Empolgado, Falcão espera recolocar o time no topo da tabela do Brasileirão.
“No futebol, as coisas são muito rápidas. O presidente me ligou entre as 16h, 17h. Marcamos o jantar para as 20h. Volto para onde me criei, despontei. Espero fazer um trabalho onde possa colocar o Inter onde ele merece”, declarou Falcão em rápido contato com a imprensa após a confirmação do acerto.
Durante quatro horas, os dirigentes colorados e o treinador, entre goles de vinho, risos e gestos, discutiram no restaurante os detalhes do contrato que irá vigorar até julho do ano que vem e os objetivos a serem alcançados. Acabar com a incômoda sequência de seis partidas sem vitória (cinco derrotas e um empate) que custou o emprego de Argel é a medida mais imediata. Sobre a ausência no aniversário da filha, tratou de definir o desfecho final como um “presente”.
Falcão terá sua terceira passagem como técnico do Inter. A última ocorreu em 2011, quando foi campeão gaúcho com uma vitória sobre o Grêmio em pleno Olímpico – o último título profissional conquistado no antigo estádio tricolor. Porém, desgastado com a direção, comandada então por Giovanni Luigi, saiu três meses depois, no dia 18 de julho, após perder por 3 a 0 para o São Paulo em pleno Beira-Rio, em seu terceiro revés consecutivo – os outros foram para Vasco (2 a 0) e Corinthians (1 a 0). Ele também já havia comandado o Colorado em 1993.
Há cinco anos, Falcão acabou eliminado nas oitavas de final da Libertadores ao perder para o Peñarol – então treinado por Diego Aguirre, primeiro treinador da atual gestão –, por 2 a 1, de virada, em pleno Beira-Rio. O primeiro jogo, no Uruguai, terminou empatado em 1 a 1. Ao todo, foram 19 jogos, com oito vitórias, quatro empates e sete derrotas.
Como jogador, Falcão foi tricampeão brasileiro pelo Inter, em 1975, 1976 e 1979. Revelado no Beira-Rio em 1973, seguiu para o Roma sete anos depois. Na capital italiana, é idolatrado como um dos maiores craques da história do clube. Disputou as Copas do Mundo de 1982 e 1986.
Agora, resta saber se o ex-volante conseguirá levar o time de volta às primeiras posições no Nacional. O primeiro desafio está marcado para as 16h do próximo domingo, no Beira-Rio, diante do líder Palmeiras. O Inter é nono colocado, com 20 pontos.
Fonte: Globoesporte.com
