Operação contra esquema milionário de Jogo do Bicho tem alvos em São Sepé

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A Polícia Civil realiza nesta terça-feira, 25, uma operação em pelo menos 14 cidades gaúchas, dentre elas São Sepé, com o objetivo de desarticular quadrilhas especializadas em Jogo do Bicho. Pelo menos duas organizações teriam informatizado o esquema e teriam movimentado cerca de R$ 521 milhões nos últimos quatro anos.

Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos no município sepeense. Duas bancas no Centro e duas residências (uma no Bairro Tatsch e outra no Bairro Walter), foram objeto da ação que envolveu cerca de 12 policiais civis.

Foram apreendidos documentos e máquinas de cartão, além de anotações, dinheiro e comprovantes. Uma pessoa também foi detida com uma arma, em uma das casas. O material recolhido será enviado para Santana do Livramento, onde está um dos focos da investigação. A mulher será ouvida e liberada.

Segundo o delegado João Gabriel Parmeggiani Pes, São Sepé era um “braço” dessa organização criminosa.

 

Pelo Estado

De acordo com a delegada Ana Tarouco, diretora da Delegacia Regional de Santana do Livramento, 212 policiais cumpriram hoje 14 mandados de prisão preventiva, sete de condução coercitiva e 73 de busca e apreensão. Além disso, a polícia apreendeu através do crime de lavagem de dinheiro 57 veículos e 19 imóveis avaliados em R$ 11 milhões.

Ao todo, 67 contas bancárias foram bloqueadas. A operação “Deu Zebra” ocorre nas seguintes cidades de Bagé (onde foi preso o líder de uma das quadrilhas), São Gabriel (onde foi preso o líder da segunda quadrilha), Santana do Livramento, Rosário do Sul, Cacequi, Quaraí, Dom Pedrito, São Sepé, Caçapava do Sul, Santa Rosa, Santo Ângelo, Pelotas (onde reside um técnico de informática envolvido no esquema), Taquara (onde há uma empresa de tecnologia que fornece dados para os criminosos) e Porto Alegre (onde fica uma empresa de informática investigada por armazenar dados para os bicheiros).

“É a maior operação de lavagem de capitais da Polícia Civil do Rio Grande do Sul até agora, de acordo com o volume financeiro movimentado“, explica o chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt.

Segundo a investigação de um ano e dois meses, os bicheiros, a partir de Bagé e de São Gabriel, começaram a controlar a contravenção penal pela Internet em mais da metade do estado. Eles compraram máquinas de cartão de crédito e acionaram o mesmo técnico em informática, de Pelotas, para instalar um software e alterar os equipamentos para o jogo do bicho.

Uma empresa de Taquara é suspeita de fornecer os dados e outra em Porto Alegre é investigada por armazenar estes dados.

A delegada Ana Tarouco explica que os contraventores usam uma tecnologia chamada “M2M” ou “machine to Machine (máquina a máquina)” que possibilita a conexão com troca de informações em tempo real de dispositivos ou aparelhos à internet sem a utilização de fios. As duas quadrilhas trocam informações e têm em comum a utilização do mesmo técnico em informática. Os grupos ainda têm conexão com bicheiros de outros estados, principalmente de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.

 

 

* O Sepeense, com informações de ZH