Ivan Cezar Ineu Chaves

Super população
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O escritor norte-americano Dan Brow obteve a fama com sua obra “O Código da Vinci” onde ele demonstrou ser um profundo estudioso de simbologias e de conhecimentos herméticos, os quais conseguiu conjugar com um roteiro novelesco. Da mistura de ingredientes ele gerou uma produção literária mais do que interessante. Mas convém dizer que não se trata de um estilo de leitura para muitos. É para poucos.

Suas obras posteriores foram produzidas nessa mesma linha e, muito provavelmente, uma de suas últimas produções – INFERNO – se transformou num dos melhores Best Sellers da atualidade. A história novelesca é construída tendo como eixo central, como pivô, a obra de um dos maiores gênios da literatura universal, qual seja, Dante Alighieri e sua fantástica “DIVINA COMÉDIA”.

O escritor estado-unidense enfoca em INFERNO o tema da superpopulação mundial e, no viés literário da ficção – nos convida a penetrar profundamente na reflexão sobre um tema que parece muito indiferente ao cotidiano midiático. Não se discute esse assunto com a ênfase e o destaque exigido pela gravidade de um futuro caótico que se aproxima a passos rápidos. Aliás passos que se aceleram assustadoramente.

O crescimento da população mundial é fruto de uma progressão matemática, aquela matéria que foi dor de cabeça para a enorme maioria dos estudantes. Mas enfim, é ciência exata. E para confirmar essa exatidão basta examinar o ritmo do crescimento populacional das principais nações do planeta. É assustador…

Vamos começar pelo Brasil, relembrando dados estatísticos do ano de 1900, ou seja, do início do Século XX, quando o Brasil inteiro possuía uma população que não chegava a dezoito (18) milhões de habitantes. Na Copa do Mundo de 1970, no auge da ditadura militar, o hino da seleção brasileira já entoava o refrão “são mais de setenta milhões em ação, pra frente Brasil, Salve a Seleção…”.

Na virada do Século já estávamos batendo às portas dos duzentos (200) milhões de habitantes, ou seja, em pouco mais de cem anos a população brasileira saltou de menos de 18 milhões para mais de duzentos milhões de pessoas. Portanto, recorrendo às máximas da progressão matemática – ciência exata – basta a aplicação das normas para projetar o crescimento demográfico nos próximos cem anos e teremos uma perspectiva de população superior a um bilhão de pessoas.

As nações asiáticas provam que não há absolutamente nenhum delírio no que estou aqui escrevendo. A China saltou de oitocentos milhões para mais de dois bilhões de habitantes. Na India o salto foi semelhante saindo de quinhentos milhões para mais de um bilhão. Nações como o Vietnam, Camboja seguem a mesma perspectiva.

A tudo isso soma-se, ainda , a constante baixa nas taxas de mortalidade e o desenvolvimento acelerado de medicinas que prolongam a expectativa de vida. Em resumo nascem mais pessoas saudáveis e morre-se mais tarde. É mais um ingrediente no problema.

Para temperar ainda mais esse prato indigesto temos a questão da tecnologia, da maquinaria e da robótica. Cada vez mais máquinas ocupam o lugar de pessoas no mercado de trabalho. Em nome do lucro avoluma-se de maneira preocupante o contingente de desocupados.

Alguns estudiosos dizem que se esse ritmo não for detido – se não houver um freio – faltará planeta para suprir as necessidades de consumo de uma superpopulação mundial. Mesmo que pouco se escreva e pouco se leia a respeito, há ainda, vozes muito intelectualizadas que ponderam a necessidade de grandes guerras, conflitos regionais e até epidemias para equilibrar a conta. A espécie humana para muitos está se tornando uma praga para o planeta terra.

É um tema interessante que trago para meus leitores. Cada um que desenvolva sua própria linha de raciocínio…