Ivan Cezar Ineu Chaves

Eixo da morte
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Alguém poderá pensar que estou exagerando e eu, humildemente, até aceito e respeito quem assim pense, mas me dou ao atrevimento de batizar o trecho entre o Cemitério Municipal e a Estátua do nosso índio Sepé como o “Eixo da Morte”, pois nenhuma outra via urbana da cidade de São Sepé já registrou tantos acidentes graves como essa via.

O último episódio cobrou a vida de duas pessoas jovens e muito queridas na comunidade, havendo relatos de dramaticidade que machucam qualquer coração de boa formação. Quantas famílias mais terão que prantear seus entes queridos até que se tomem medidas concretas em relação ao “Eixo da Morte”?

Me parece que é oportuno que se escreva algo contundente a esse respeito. Não cicatrizou ainda a morte de um outro jovem muito querido e repete-se a tragédia. Quantas pessoas já perderam a vida nesse mesmo trajeto? – E quantas guardam sequelas físicas graves?

E a pergunta que se impõe e que não tem resposta é a seguinte – O que foi feito para minimizar, para mitigar os riscos?

Existem questões que chegam a ser escandalosas e dou um exemplo: – a altura das platibandas do viaduto não atendem às normas técnicas de segurança fiscalizadas pelo Corpo de Bombeiros. A corporação, isto é, os Bombeiros NEGAM Alvará a qualquer construção se as platibandas não estiverem na altura MÍNIMA de segurança, pois alegam que ocorre o chamado “efeito palanca” que em caso de desequilíbrio facilita a queda. Mas parece que só vale para particulares…

Exatamente na altura onde ocorreu o último acidente, há muitos anos atrás foi colocado uma espécie de “sonorizador” que deveria funcionar como redutor de velocidade, contudo, a obra foi mal executada com pequenos “tachões” de sinalização que foram se soltando rapidamente. De lá para cá nada mais foi feito. Nem uma lombada física ou eletrônica foi, sequer, discutida.

Até pessoas que ocuparam, de passagem, importantes cargos aqui em São Sepé tem suas vidas marcadas por esse trecho e, particularmente me chamou muito a atenção do relato de uma delas e de todo o drama pessoal e familiar experimentado em função de uma tragédia pretérita.

Por isso escrevo este breve artigo onde lanço o batismo do “Eixo da Morte”, na esperança de que, talvez, a imprensa local dê um pontapé inicial para medidas que mirem no objetivo de enfrentar essa dura realidade. Aos parentes das vítimas ratifico minha mais profunda solidariedade e o desejo de que Deus os ampare.