Hospital de Tupanciretã utiliza horta no tratamento de pacientes

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Uma horta viabilizada pela Emater/RS-Ascar está proporcionando auxílio terapêutico aos pacientes da ala psiquiátrica do Hospital de Caridade Brasilina Terra, em Tupanciretã. A partir do pedido da assistente social do Hospital, Ilza Miranda, a Emater/RS-Ascar implantou uma horta de produção de legumes e verduras, como alface, cebolinha e repolho, com o objetivo de auxiliar no tratamento de pacientes que estão internados para tratar do alcoolismo, estresse, depressão e outros transtornos.

Segundo a extensionista de bem-estar social de Tupanciretã responsável pelo projeto, Simone Mai, no primeiro momento os pacientes apresentam resistência, porém, no decorrer das atividades, eles se sentem valorizados e estimulados e não querem mais parar com o trabalho, que gera alimentos que serão utilizados pela cozinha do hospital. Simone ressalta que se cria um clima de descontração e brincadeiras, o que alivia o estresse desses pacientes. “Mesmo que estejamos trabalhando em uma horta, surgem outros assuntos, e a gente aproveita para tentar ajudar, falando do valor da família, por exemplo. Tentamos contribuir de forma bem espontânea porque o tratamento vem dos médicos, e o nosso papel é um complemento, uma terapia, que auxilia no tratamento”, destaca Simone.

 


Pacientes se sentem valorizados

Outro aspecto destacado pela extensionista é que essa atividade é voltada para a valorização do paciente e não para o rigor do trabalho na horta. “Eles se sentem valorizados, e a atividade passa a ser uma terapia porque a terra ajuda a descarregar o estresse. E mesmo quando não conseguem desenvolver o trabalho eles ficam mexendo na terra de forma desordenada, mas eu deixo trabalharem da forma deles”, diz Simone.

As atividades na horta acontecem uma vez por semana. Cerca de vinte pacientes participam do trabalho, que começou em janeiro de 2015. Para Simone, uma das características mais marcantes é que o desenvolvimento da horta é uma forma de ver uma saída para os problemas dessas pessoas. “Eles chegam muito instáveis e sem condições de ter um convívio social, e saem dali muito melhores e mais preparados para ficar longe das drogas e do alcoolismo, por exemplo”, frisa a extensionista.

Ela conta ainda que esses pacientes são rotativos, e que isso faz com que se sintam mais comprometidos com a horta. “Eles ficam empolgados porque acompanham o trabalho de quem já deu alta. Sempre mostro os canteiros que já estão prontos, que foram feitos por quem estava interno, e isso agora é um legado para eles”, ressalta Simone.

Para que esse trabalho social pudesse ser realizado em um hospital, foi necessária uma preparação especial para que não houvesse nenhum risco de contaminação. A horta com função terapêutica também contou com doações da comunidade de Tupanciretã e com a persistência de Simone. “Quando eu iniciei o trabalho, eu pegava a minha enxada, colocava no carro, e usava. Agora já temos carrinho de mão, enxada e os canteiros foram fechados com tela. E tudo isso foi conquistado empenho e com doações”, conta a extensionista.

 

Fonte: Emater/Ascar