Fabian Lisboa

Seleção brasileira: o futuro que preocupa
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Ontem fazendo uma limpeza aqui em casa encontrei dentro de uma caixa de sapatos alguns dos meus times de futebol de botão. Entre eles a Seleção Brasileira. Já faz alguns anos, mas ainda lembro bem a escalação que eu levava para campo nos campeonatos aqui do bairro. Disputadíssimos diga-se de passagem.

Todo o brasileiro tem um pouco de treinador de futebol no sangue. Eu como um apaixonado pelo futebol, montei minha seleção com jogadores que vi jogar e outros que ouvi falar. Meu time canarinho tinha a seguinte escalação: Taffarel, Cafu, Aldair, Marcio Santos, Roberto Carlos, Dunga, Mauro Silva, R. Gaucho, Rivaldo, Ronaldo e Romário.

Se o jogo fica-se “encardido”, se precisa-se colocar medo em algum adversário ou apelar para a ignorância usava meus quatro botões “puxadores”, apelidados por mim de “o quarteto mágico”, respectivamente, Didi, Gerson, Garrincha, Pelé. Escolhia esses 15 jogadores para me representar sempre que jogava com a “amarelinha” em algum clássico local. Com Garrincha e Pelé no time, nunca perdi.

Dia 13 de junho o Brasil estreou na Copa América contra o Peru, o time tinha a seguinte formação: Jeferson, Daniel Alves, Miranda, David Luiz, Felipe Luís, Fernandinho, Elias, Fred, William, Neymar e Diego Tardeli.

Fazendo um exercício mental, se hoje fosse escalar minha Seleção Brasileira, a tarefa ia ser bem difícil. Talvez goleiro seja uma das poucas posições que ainda estamos bem servidos. O dono da camisa 1 do Brasil é Jeferson do Botafogo, ótimo goleiro, mas não seria nenhum pecado se Diego Alves do Valência, Marcelo Groe do Grêmio, Fabio do Cruzeiro ou Alisson do Inter fossem titulares. Todos esses estão no mesmo nível e seriam ótimas opções.

Nas laterais iria de Daniel Alves e Marcelo. Na zaga, um titular indiscutível, Miranda. Tiago Silva, que um dia já foi “intocável”, na Copa mostrou uma grande instabilidade emocional e hoje não inspira confiança nenhuma. Gosto de dois zagueiros que atuam no futebol brasileiro, Rhodolfo do Grêmio e Juan do Inter, que apesar da idade é o zagueiro mais técnico em atividade no Brasil.

Meus dois volantes, Souza do São Paulo e Rodrigo Dourado do Inter, volante moderno, que joga de cabeça erguida e que logo, logo, vai ser o dono do meio campo da seleção. Para compor o resto do meio campo, Oscar e Philippe Coutinho, ou Felipe Anderson da Lazio e Lucas Lima do Santos, que não são unanimidades muito menos craques, mas no atual cenário que se encontra o quase instinto futebol brasileiro, em termos de técnica e criatividade, é o que temos para hoje.

Para o ataque, o único jogador indiscutível, Neymar, diferenciado, craque e referência técnica do time. Para fazer dupla com ele no ataque, foi difícil, aqui meu cérebro quase parou de funcionar de tanto pensar. Não consegui encontrar UM nome com capacidade de envergar a camisa 9 do time. Lembrei de Ronaldo e Romário. Quase chorei.

Pensei em vários nomes, alguns de ocasião, Fred, Damião, Lucas, Firmino e tantos outros. Alguns com condições de ser esse jogador, casos de Nilmar e Pato, mas que ninguém sabe onde foi parar o futebol deles. O meu preferido, Adriano “Imperador” largou o futebol faz tempo, trocou a emoção de uma partida de futebol por uma mesa de bar. Mas como tenho que escolher um nome, fico com Jonas, que fez uma temporada espetacular pelo Benfica.

Esse é o time que colocaria para jogar na Copa de Futebol de Botão, ou na Copa América no Chile. Acho que levaria escondido no bolso meu “quarteto mágico”, caso alguém não acredita-se que essa é a Seleção do Brasil, ganhadora de cinco Copas Do Mundo.

Dunga escolheu seus jogadores, não pode levar Didi, Gerson, Garrincha, Pelé, muito menos, R. Gaucho, Rivaldo, Ronaldo ou Romário. Foi eliminado nas quartas de final da Copa América, nos pênaltis pelo Paraguai. Mais um vexame na história recente do futebol brasileiro.

Os jogadores não respeitam mais a camisa da seleção, o descomprometimento é total. Jogam torcendo para o jogo acabar para voltarem para suas mansões na Europa. Falta amor, raça, vontade de vencer. A Seleção Brasileira hoje está em segundo plano.

E o que mais assusta, que até para conseguir escalar um time de futebol de botão é difícil. O futuro preocupa e o que está ruim ainda pode piorar. Não existe renovação, planejamento, não existe nada. A “Amarelinha” não bota mais medo em ninguém. A Alemanha não me deixa mentir.