Fabian Lisboa

Flores
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Dia 13 de julho, fez sete anos do falecimento da pessoa mais importante da minha vida, minha mãe, mas a saudade ainda é grande. Hoje o texto no meu espaço aqui no jornal, vai para ela, esteja onde ela estiver.

Pego a estrada depois de uma passagem pela minha cidade natal para visitar o túmulo da minha mãe. Depois de sete anos da morte dela, finalmente consegui fazer isso. Levei flores, mas não lembro quais flores ela gostava.

Acabei as deixando no banco do carro, me senti um idiota por isso. Na verdade não recordo nem mais a sua voz, muito menos o seu toque. A única coisa que lembro era o quanto eu estava acima do bem e do mal para ela. De como tive uma infância feliz muito por culpa dela.

Em vez de flores deixei na sua sepultura um indiozinho de plástico. Único sobrevivente entre índios e soldados que travaram inúmeras guerras pelo domínio do forte apache, montado na sala da minha casa.

Olhei para meu amigo de brinquedo que ficou comigo durante vários anos e pedi para ele cuidar bem da minha mãe, como ela sempre me cuidou. O coloquei ao lado da sua foto.

A capela onde ela esta é meio afastada das outras, um local calmo e tranquilo. A única companhia que minha mãe tinha era uma linda árvore, com belas flores amarelas.

Um lindo Ipê, igual ao que ficava perto da janela do meu quarto, que todas as tardes ela elogiava enquanto me arrumava para o colégio em dias agradáveis de primavera.

Essa era à flor que minha mãe gostava. Agradeci por todas as coisas que ela me ensinou, dei um até logo e prometi voltar um dia. Voltar para descansar ao seu lado e pegar meu indiozinho de plástico de volta.