Duas pessoas são presas em operações que investigam suposto golpe do gado

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Foto: Francisco Bolzan/Rádio Integração


 

Foto: Francisco Bolzan/Rádio Integração

 

Duas operações em conjunto com a Polícia Civil de Formigueiro e de Bagé resultaram na prisão de duas pessoas na manhã desta sexta-feira, 9. Denominadas Reculutae Aramado, as ações têm como objetivo prender os envolvidos no suposto golpe milionário de compra e venda de gado e apreender animais em propriedades rurais.

Dois mandados de prisão preventiva e, pelo menos, dois de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Santa Maria e em Formigueiro.

Em Santa Maria, um corretor de gado foi preso em uma residência na Avenida Presidente Vargas. Já em Formigueiro outro corretor, que trabalha em um órgão público, também foi preso.

As operações fazem parte da investigação do suposto golpe, que teria lesado pelo menos 80 pecuaristas em 14 cidades do Estado. O principal suspeito é um atravessador. Ele atuava há pelo menos dois anos no ramo de compra e venda de animais. Segundo os produtores, o suspeito adquiria o gado por preço acima do valor de mercado, para pagamento a prazo, e o revenderia a preços mais baixos em remates com pagamento à vista. O homem está preso no Presídio Estadual de Caçapava do Sul desde 22 de junho.

No mesmo dia em que o atravessador foi encontrado, um corretor de gado também foi preso. Em depoimento, ele contou que todas as transações que fazia eram com a autorização do atravessador.

As operações foram deflagrada pela Delegacia de Polícia (DP) de Formigueiro e pela Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab), de Bagé, e contou com o apoio da 4ª DP de Santa Maria e do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura.

 

SUSPEITO NEGA GOLPE

No primeiro depoimento à polícia, em 29 de junho, o atravessador deu sua versão sobre o caso e disse ser inocente. Ele negou que tenha dado um golpe contra pecuaristas gaúchos e confessou que não tem dinheiro para pagar as suas dívidas de R$ 30 milhões nem gado para devolver. Acompanhado da advogada, Ana Elisa Telesca Mota, ele disse que também foi enganado por corretores de gado que negociavam os animais que ele adquiria.

Conforme o delegado Antonio Firmino de Freitas Neto, o atravessador comprava animais como sendo novos e pagava mais caro, mas, ao tentar revendê-los, descobria que já eram velhos e valiam menos. Além disso, alguns animais teriam peso menor do que o negociado, o que os desvalorizava.

A mulher do atravessador também prestou depoimento. O teor da conversa não foi divulgado, mas o delegado Firmino revela que a esposa do atravessador de gado disse que não participava da contabilidade dos negócios do marido.

Em 24 de junho, a Polícia Civil cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Caçapava do Sul e São Sepé. Durante a ação foram apreendidas três camionetes, um carro e diversos documentos que podem ajudar nas investigações.

 

 

Fonte: Bei