Dioneia Morato

Essa mobilização é nossa!
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Diferente do que a mídia nacional divulga os protestos dos caminhoneiros que pararam rodovias federais em mais de dez estados do nosso país, não é somente pelo aumento do diesel. Há um clamor coletivo. Todos nós estamos envolvidos ou deveríamos estar, pois essa paralisação é contra toda a corrupção, é uma demonstração da insatisfação geral. O povo está agonizando e não se trata de quem votou ou não a favor do governo. Trata-se de agir corretamente, com transparência e respeito. O governo federal é corrupto e isso é fato.

Não são somente os caminhoneiros que estão passando dificuldades; não são só eles que estão pagando um absurdo pelo combustível, pela energia elétrica e pelos inúmeros impostos e taxas que sugam quem trabalha; sem falar na insegurança, pois muitos pais de família saem para a estrada e não voltam ou voltam dentro de um caixão.

Admiro a agilidade na organização desse protesto através das redes sociais. Admiro as pessoas que estão preocupadas com o que pode acontecer. Esperamos que o governo também esteja, pois além de afetar o trânsito nas rodovias, trazer prejuízo às empresas, entre outros fatores também há o risco de confronto físico. A classe quer respostas, mas o que vem é uma decisão judicial que proíbe o bloqueio da BR 392, aqui em São Sepé e na esfera federal a Força Nacional foi colocada em alerta.

Os caminhoneiros prometem não sair das estradas. Por trás deles estão famílias, amigos, gente que conhecemos. A sociedade não pode pensar que “o problema é deles; o problema é nosso” como ouvi essa semana de um amigo. O momento é de conflito e diria, até de confronto e espero que não seja preciso o desperdício de vidas, de pessoas que nos trazem o pão à mesa para que reflitamos que se não fossem os caminhoneiros, seria outra classe a gritar por socorro.

Nesse ano de Ogum, em que parece que o dragão veio na frente, já participei do movimento na Câmara de Vereadores pela manutenção do nosso IPE; depois, com colegas voltei lá para que nosso direito ao aumento salarial fosse votado e agora, enquanto escrevo sinto a vontade de estar inserida no meio dessa gente corajosa, na BR 392. Aproveito para perguntar aos nossos representantes políticos, quais as suas posições e que Deus proteja a todos nós.

 

Dioneia Morato

Cientista Social