Diniz compreende vaias da torcida no Maracanã, mas reclama de ‘olé’ para a Argentina: ‘Um pouco demais’

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Fernando Diniz conheceu a ira da torcida brasileira no Maracanã. Depois da terceira derrota seguida da seleção e do quarto jogo sem vitórias nas Eliminatórias, o treinador foi xingado e recebeu vaias junto aos jogadores. Apesar disso, considerou a atuação do Brasil contra a Argentina como uma das melhores sob seu comando.

— Contra a Bolívia o time foi muito bem. Mas, se considerar a rivalidade, a Argentina, por vir num momento de muita confiança e ser o último campeão do mundo, há menos de um ano. A gente com o time muito mexido. Se considerar todas as variáveis que interferiram nesse jogo, se não foi a melhor, foi uma das melhores — disse o técnico, que, inclusive, viu sua equipe jogar melhor do que a adversária.

— Embora a gente tenha tido um número de finalizações parecido, o Brasil levou muito mais perigo. A Argentina não teve nenhuma chance para fazer, a única que teve foi no escanteio, a gente errou na marcação e o Otamendi conseguiu fazer o gol. Tivemos quase também chances em muitos contra-ataques meio claros para acertar o último passe e poder finalizar. Estivemos muito mais perto da vitória do que a Argentina. Achei o resultado bastante injusto.

Diniz procurou tratar com naturalidade os protestos da torcida. Só não concordou com os gritos de “olé”, nos minutos finais, a cada vez que a Argentina tocou na bola.

— A torcida está no direito de fazer o que quiser. A gente tem que entregar nosso melhor. O torcedor é passional e quer vencer. Então ele está no direito de vaiar. Acho que gritar “olé” para a Argentina é um pouco demais. Mas vaiar, ficar indócil porque o time não está ganhando é compreensível. Mas falar “olé” para a Argentina… Tanto que o pessoal que falou foi vaiado pelo restante do público. Quanto ao resto, o torcedor quer vencer e jogar bem. Quando isso não acontece, as vaias são um fato normal, e temos que saber conviver com isso.

Diniz fez um balanço dos seis primeiros jogos da seleção sob seu comando. Embora os resultados não tenham sido positivos (duas vitórias, um empate e três derrotas), ele preferiu destacar a evolução, sem deixar de negar que haja oscilações. E ressaltou que a “vida não é só estatística”.

— Eu vou falar a mesma coisa que falei quando o Fluminense ganhou a Libertadores: você não pode achar que a vida é só estatística, se ela for só estatística está tudo muito ruim. Mas se a gente analisar como um processo de mudança, de jogadores, teve muitas coisas. Hoje a gente teve três jogadores que disputaram a última Copa do Mundo, e a Argentina teve quase o time completo — analisou o treinador.

— Então, o desempenho está oscilando. Contra a Colômbia eu falei que jogamos boa parte do tempo melhor. E quando a gente fala não tem um impacto grande. O treinador da Argentina assistiu ao mesmo jogo que eu, ele concordou.

A seleção agora só volta a jogar em 2024. Os próximos compromissos serão os amistosos contra a Inglaterra e contra a Espanha, ambos em maio.