Dia de Campo reúne cerca de mil produtores em Restinga Sêca

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Fotos: Sara Kirchhof/Irga


Em uma dia ensolarado, o município de Restinga Sêca recebeu quase mil produtores rurais em busca de conhecimento. O aprendizado foi proporcionado pela apresentação de novas tecnologias voltadas para a produtividade e a rentabilidade da lavoura arrozeira.

Durante a manhã, grandes grupos de produtores saiam do Centro de Eventos da Restinga Sêca, transportados pelos famosos “dindinhos” do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), com destino às estações técnicas distribuídas em 1,4 hectare de soja e 1,1 ha de arroz. O preparo das áreas começou em maio do ano passado e passou por correção de acidez, limpeza de canais, nivelamento do terreno, preparo antecipado do solo, dessecação e semeadura, que começou no dia 3 de outubro. 16 empresas patrocinaram o evento, organizado pelo Irga, Governo do Estado, prefeitura de Restinga Sêca, Emater, Sindicato Rural e Cotrisel.

Fotos: Sara Kirchhof/Irga

“Somente 10% dos custos da lavoura são destinados ao trabalho de preparação do solo”. A afirmação vinha da primeira das seis estações técnicas e foi repassada aos produtores pelo engenheiro agrônomo Filipe Selau. “O planejamento também é uma ferramenta fundamental e importante pra condução da lavoura. Antes da tomada de decisão de qualquer estratégia de manejo nós temos que ter em mente qual a lavoura será implantada e qual será a época de semeadura, um dos pilares do Projeto 10+”, acrescentou.

Em cada uma das estações, técnicos e engenheiros agrônomos do Irga esclareciam alguns pontos sob diferentes aspectos da lavoura, com espaço para que os produtores tirassem suas dúvidas. As estações trataram de práticas de manejo com aspectos relevantes para a obtenção de uma lavoura rentável como o manejo de entressafra, escolha de cultivares, implantação de cultura, plantas daninhas, irrigação e manutenção do potencial produtivo, principalmente focado em doenças da cultura do arroz irrigado. Já as estações voltadas à soja abordaram o Projeto Soja 6000 que incentiva a rotação de culturas, apresentando novidades e técnicas para plantas de cobertura e manejo de pragas e das doenças recorrentes nas lavouras com a oleaginosa.

Muitos produtores não foram sozinhos, famílias inteiras podiam ser vistas pelo espaço do evento, envolvendo todos no processo produtivo. José Mozzaquatro, que produz arroz em 10 hectares no município sede do evento, levou o filho Diogo de 12 anos para que o jovem pudesse conhecer o evento e começar a se inteirar no processo. “Assim a gente adquire um conhecimento a mais que vai além do dia a dia da lavoura e já conversamos com outros produtores, conhecendo a realidade de cada um”, contou. Este ano, ele espera colher uma média de 150 sc/ha.

Na parte da tarde, aconteceram quatro oficinas técnicas que trataram da identificação de doenças nas lavouras, tecnologia de aplicação com regulagem de pulverizadores, dinâmica de máquinas e uma oficina especial do Programa de Valorização do Arroz (ProvArroz), que ensinou para o público diferentes receitas à base do cereal.As empresas também apresentaram palestras. Na Syngenta, por exemplo, o assunto foi “Como assegurar a boa eficácia na aplicação dos defensivos”, tratado pelo engenheiro agrônomo Gustavo de Andrade. “Uma aplicação incorreta pode acarretar grandes perdas, reduzindo a produtividade até pela metade”, alertou o agrônomo.

O presidente do Irga, Guinter Frantz, fez um agradecimento especial aos pesquisadores, agrônomos, extensionistas e aos outros colaboradores do Instituto e destacou a importância das pesquisas. “Nós queremos que, com as pesquisas, os produtores de arroz consigam ter mais rentabilidade, é isso que essa combinação, pesquisa mais extensão, visa garantir”.

O Sindicato Rural de Restinga Seca fez um agradecimento ao Irga pela realização do evento. “Parabenizamos o Irga e sua equipe por promover este maravilhoso evento regional, com importantes alternativas práticas para as nossas lavouras. Os produtores saem com muitas informações para usar na atividade”, destacou o presidente do sindicato, Sebastião Borges.

O sucesso de todo evento foi atribuído ao trabalho em conjunto de todos os envolvidos. “Foi tudo dentro do esperado, o planejamento envolveu toda equipe como técnicos e administradores da Região Central que contribuíram em todas as etapas até a apresentação do evento no dia de hoje”, refletiu o coordenador Regional, Pedro Trevisan.

 

No mesmo dia, aconteceu a reunião do do Conselho Regional da Região Central

Restinga Sêca tem atualmente cerca de 17 mil hectares de arroz. O número se iguala ao de habitantes do município, resultando em uma média de um hectare por habitante. A cidade tem maior concentração de produtores de arroz do Estado, estima-se que, hoje, sejam 800 arrozeiros no local. A importância do cereal para o município não para por aí. “Restinga Sêca é a única cidade que tem uma associação de mulheres arrozeiras e elas são muito atuantes. Todo mundo tem envolvimento com o arroz por aqui. Até o prefeito da cidade produz arroz”, destacou o diretor administrativo do Irga, Renato Rocha. Por estas e outras razões, a cidade já sediou duas vezes a Abertura Oficial da Colheita do Arroz, com mais de 6 mil pessoas em cada edição.

Todos os participantes também puderam degustar carreteiro preparado pela equipe de gastronomia do Irga e, desta vez, o prato veio guarnecido com uma deliciosa feijoada, com direito a arroz doce de sobremesa. O próximo Dia de Campo Regional vai acontecer em Santa Vitória do Palmar na próxima quinta-feira, 26.

 

 

* Irga