Casamento cigano tem 3 mil litros de chopp e 2 toneladas de carne em São Sepé

0
1286


Fotos: O Sepeense e Mais Brasil Produtora

 

Contando com as “prévias” são praticamente quatro dias completos de festa. Some a isto cerca de três mil litros de chopp, dois mil quilos de carne, decoração a rigor e música ao vivo. O que para muitos pode parecer um tanto estranho é só mais uma festa de casamento cigano para este grupo de “apenas” 200 famílias. O evento que acontece nesta semana no clube Iguaçu, em São Sepé, é marcado por peculiaridades e repleto de tradição.

Foi quase por acidente que as famílias de Fabinho e Janara vieram parar em São Sepé. Era tempo de preparativos para a celebração e a expectativa era encontrar na região de Santa Maria (onde a noiva reside) um lugar que pudesse abrigar um evento que não raramente chega aos 800 convidados. Bastou uma visita ao clube para a decisão.

E quem vê circulando pela cidade carros e camionetas considerados de luxo mal imagina o perfil dos convidados: de convívio alegre e despretensioso os ciganos querem na verdade é manter uma tradição de séculos. Aqui tudo é respeitado segundo os antepassados. A mãe do noivo, Andrea, comenta que atualmente há menos exigências, mas a cultura segue sendo cumprida geração após geração. Dessa forma, bastou a troca de olhares do jovem casal para que as famílias marcassem uma reunião. “Vai toda a família demonstrar o interesse do rapaz pela garota”, conta o noivo que só completa os 15 anos no final do mês. Depois do encontro, é a família da menina (que precisa ter pelo menos 15 anos), que autoriza a união.

“Após tudo estar acertado o casal precisa de um tempo para se conhecer melhor, conviver a dois, etc. Só depois é que vem a festa para celebrar o casamento”, conta a mãe do jovem. A festa é marcada por momentos diferentes. Nesta quinta-feira, 2, a ocasião é oferecida aos convidados e só na sexta, 3, ocorre efetivamente o casamento. “A gente está acostumado a este tipo de evento, até mesmo porque nos conhecemos durante um casamento no Uruguai”, confessa o rapaz.

A grande maioria dos convidados preferiu usar como abrigo barracas montadas no próprio clube, mas ainda há “estrangeiros” alojados em hoteis da cidade. Já a música ao vivo tem o tom daquele povo: são três bandas vindas do Uruguai. E para mobilizar toda essa gente a tecnologia também faz seu serviço. As festas são organizadas por famílias inteiras que ficam responsáveis de comunicar amigos e parentes. Tudo, é claro, com uma ajudinha de aplicativos como o “Whatsapp”.

Além da peculiaridade do evento, o casamento cigano ainda deixa marcas na cidade. Segundo uma das organizadoras, o propósito é que o máximo possível de produtos e serviços seja contratado no próprio local da festa a exemplo do som (Scorpions Sonorizações) e produção de foto e vídeo (Mais Brasil Produtora).

A festa deve durar até a madrugada do próximo domingo, 5.