Husm notifica municípios da Região Central por ‘abandono’ de pacientes

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Foto: arquivo/divulgação

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Conforme a Rádio Gaúcha SM, o Hospital Universitário de Santa Maria notificou municípios da Região Central do Estado devido a casos de abandono de pacientes. Conforme a assessoria de imprensa do hospital, houve repetidos casos nos últimos meses em pelo menos quatro: Agudo, São Pedro do Sul, São Sepé e Restinga Sêca.

O que acontece: o paciente sai cedo do município de origem por meio de um transporte da prefeitura, recebe o atendimento médico no hospital, que se estende até a noite, e quando vai pegar o transporte de volta, ele já partiu.

O poder público é responsável por esses pacientes de acordo com a gerente de atenção a saúde do Husm, Soeli Guerra. Ela diz que há casos em que os pacientes ficam “desesperados”. Foi o que aconteceu com um casal de idosos que lidou com a situação na quarta-feira, 8.

Soeli aponta que o hospital precisou viabilizar o transporte do casal para a rodoviária, onde foi comprada a passagem para poder voltar para casa. A medida foi necessária porque não foi possível estabelecer contato com a prefeitura, já que o expediente tinha acabado, nem com o motorista.

“O paciente, muitas vezes, chega ao município sem referência, se intimida com o grande número pessoas (são 6 mil atendimentos diários), fica durante muito tempo para a consulta, sem alimentação, quando terminam, não encontram o transporte, ligam para o número do celular que receberam e ninguém atende. Acabam enfrentando essa situação de abandono. Você não vai deixar a pessoa, como ontem, em uma noite fria, desabrigada. É um problema social mesmo”, diz.

O Husm, e até mesmo seguranças do campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde fica o hospital, já tiveram que viabilizar transporte, como no caso dos idosos, para outros pacientes. Foi essa situação que motivou a notificação aos municípios.

 

Os atendimentos

O Husm começa a atender no início da manhã. Boa parte dos pacientes passa por cirurgias ou recebem tratamento para o câncer. Para não ter que sair de suas cidades duas vezes, todo o atendimento é feito em um dia (consulta e procedimento). Assim, é comum que o expediente comece às 8h e se estenda até por volta das 20h.

Uma pesquisa feita pelo Husm constatou que essa forma de atendimento é a que mais agrada os pacientes, e estão de acordo as secretarias de saúde que fazem encaminhamento ao hospital.

 

O que dizem as prefeituras

A reportagem da Gaúcha SM tentou contato as secretarias de saúde dos quatro municípios e obteve o retorno, até o fechamento da reportagem, de duas: Restinga Sêca e São Sepé.

O secretário Luciano Pedron, de Restinga Sêca, aponta que o procedimento é: o motorista deve voltar para buscar o paciente quando os atendimentos se estendem. A prefeitura viabiliza isso. Ele admite que houve falhas, mas diz que há casos em que o paciente saiu para fazer alguma coisa não relacionada com o atendimento médico e, por isso, perdeu o transporte.

A diretora de atenção básica de saúde em São Sepé, Maria Silva Silveira, também admite que o problema existe. Ela explica que há um contrato com uma empresa terceirizada responsável pelo transporte. Os pacientes saem do município às 5h30 e voltam às 18h.

“A orientação, se ficar algum paciente, é que os motoristas comuniquem a prefeitura”, diz.

Ela atenta ainda para a estrutura está longe da ideal.

“Há poucos veículos e a demanda é grande. Mas a gente vai trabalhar para que o problema seja resolvido. Qualquer paciente que se sinta prejudicado pode denunciar por meio da prefeitura”, afirma.

A 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS) está ciente da situação e afirma que põe em prática um trabalho de planificação da atenção básica. A ideia é qualificar os atendimentos, independente do setor, e humanizá-los.

 

 

Fonte: Gaúcha SM

 

Guilherme Motta