Brigada Militar e Polícia Civil de São Sepé prestam homenagem a policial morto em operação

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Membros da Brigada Militar e da Polícia Civil de São Sepé prestaram uma homenagem ao policial civil Edler Gomes dos Santos, de 54 anos, morto durante uma operação na manhã desta terça-feira, 16, em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Um “sirenaço” foi realizado por volta das 17h na Rua Plácido Gonçalves, na Praça das Mercês, como forma de chamar a atenção e homenagear Edler.

 

A operação

Nesta terça-feira, a Polícia Civil deflagrou a Operação “Dia D” Combate a Crimes Rurais no Estado do RS. Após sete meses de investigação, apurando os crimes de abigeato, comércio ilegal de armas de fogo e munição, crimes ambientais, entre outros, aproximadamente 385 policiais civis cumpriram 60 mandados de busca e apreensão em 36 municípios, em praticamente todas as regiões do Rio Grande do Sul.

A ação é uma nova modalidade de estratégia operacional, com foco em crimes específicos e apregoa o enfrentamento regionalizado dos delitos de maior potencial ofensivo, através de ações simultâneas em todo o Estado. Este novo modal concentra a atuação em diversos níveis: estratégico, tático e operacional.

A investigação preliminar foi desenvolvida com modernas ferramentas de inteligência policial e efetuou o georreferenciamento das áreas com maior incidência dos delitos. O mapeamento realizado apontou quais regiões deveriam ser o alvo prioritário da ação repressiva.

Durante a ação, 11 pessoas foram presas, sendo apreendidas 56 armas de fogo, milhares de munições, equipamentos para fabricação clandestina de munições, além de carne sem procedência. A ação desencadeada nesta terça é a primeira de um conjunto que visa o combate qualificado aos crimes no âmbito rural e objetiva a redução dos delitos dessa natureza.

A Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Bagé iniciou no mês de janeiro deste ano uma investigação policial denominada Brique RS, que apura uma grande rede criminosa em que seus integrantes, mediante utilização de grupos de WhatsApp, combinavam delitos como abigeato, comércio ilegal de armas de fogo, crimes ambientais, entre outros.

Segundo a Polícia Civil, o grupo possui células em todas as regiões do RS. Quatro grandes grupos de WhatsApp denominados “Brique de Caçadores RS”, “Pelotão Java”, “Amigos da Serra”, e “Ensino Cães”, administrados, respectivamente, a partir dos municípios de São Vicente do Sul, Pinheiro Machado, Caxias do Sul e Butiá, compõem uma rede de contatos e articulação para o cometimento de crimes, via WhatsApp, já identificadas no Estado.

Segundo o delegado André Mendes, os grupos, juntos, contabilizam mais de 400 integrantes, ficando constatada a prática de crimes de abigeato, comércio ilegal de armas de fogo e caça de animais silvestres. “Durante o período de investigação, policiais da Decrab/Bagé estiveram infiltrados nos grupos, onde foi possível monitorar todas ações criminosas que eram tratadas”, disse Mendes.

Ao longo das investigações, no mês de maio deste ano, foram presos três integrantes destes grupos, pelos crimes de posse irregular de arma de fogo, posse ilegal de arma de fogo adulterada e caça ilegal de animal silvestre, nas cidades de Sananduva e David Canabarro.

Conforme a Chefe de Polícia, Delegada Nadine Tagliari Farias Anflor, será anunciada a criação de uma Força-Tarefa no combate a abigeatos. Dentre os objetivos da criação da Força-Tarefa estão:

– concentração de esforços e recursos na investigação das principais organizações criminosas em atuação no Estado;

– aproximação, qualificação e ampliação do atendimento aos produtores rurais, via redes sociais, divulgação dos trabalhos e diligências in loco;

– acompanhamento no período posterior às investigações, para monitoramento da atuação e reincidência de organizações criminosas;

– difusão de boas práticas investigativas, através de treinamentos, reuniões de trabalho, estudos de caso e intercâmbio de experiências entre os servidores lotados nas Decrab’s;

– aproximação das Decrab’s com órgãos de fiscalização agropecuária, em todos os níveis federativos, através de ações conjuntas, treinamento e troca de informações;

– identificar carências, dificuldades e sugerir alternativas, informando o DPI acerca dos trabalhos desenvolvidos, através da compilação e análise dos dados referentes aos registros de ocorrência de crimes rurais, por intermédio de um SIPAC próprio.

A operação contou com o apoio operacional do Departamento de Polícia do Interior (DPI), de diversas Delegacias de Polícia Regionais do Interior e do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM).