Autor confesso de chacina em Pinhal Grande vai a júri popular

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Foto: reprodução/Germano Rorato/Agencia RBS


O juiz Ulisses Drewanz Gräbner, de Júlio de Castilhos, decidiu que Ariosto da Rosa, 46 anos, autor confesso da chacina ocorrida em Pinhal Grande, será julgado pelo júri popular. Segundo a Justiça Estadual, em 29 de novembro do ano passado, Ariosto estuprou e assassinou a enteada Bianca Moraes de Salles, 16 anos, e, em sequência, matou outras três pessoas – Iran Gonçalves dos Santos, 10, Alex Cardoso Leal, 17, e Afonso Gonçalves, 60. Os crimes foram cometidos com uso de um revólver e ocorreram na localidade de Rincão dos Basílios, interior de Pinhal Grande.

Na mesma sentença, o magistrado isenta de responsabilidade a mãe de Bianca e ex-companheira de Ariosto, Gislaine Moraes de Salles, 36 anos. Ela era acusada de homicídio qualificado no caso da filha. Conforme a decisão ela foi retirada do processo “por falta de provas de materialidade e autoria.” De acordo com a sentença, Ariosto incorreu no crime de homicídio qualificado.

Foto: reprodução/Germano Rorato/Agencia RBS

No caso de Bianca, com quatro quilificadoras: motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, ocultação de outro crime – o estupro da adolescente, crime pelo qual ele também responderá – e feminicídio. Em relação a Iran, por motivo fútil, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e com pena aumentada de 1/3 por se tratar de menor de 14 anos. Quanto a Alex, por motivo fútil e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. E sobre Afonso, por motivo fútil, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e com pena aumentada de 1/3 por se tratar de maior de 60 anos.

O advogado de Ariosto, Airton Tadeu Silva de Mello, disse que vai recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça (TJ) do Estado. Segundo Mello, apesar de ter confessado à Justiça, Ariosto “teve um surto momentâneo”, ou seja, agiu sob descontrole emocional no dia em que cometeu os crimes. O defensor tentará reverter a sentença em relação ao estupro de Bianca porque, conforme o advogado, a relação sexual entre os dois teria sido consensual. Além disso, o advogado questiona a qualificadora de motivo torpe, entre outros pontos da sentença.

Mello falou ainda que pedirá liberdade provisória do cliente. Ariosto está preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria desde 20 de dezembro do ano passado quando foi capturado em uma área de mato, em Dona Francisca, depois de ficar 22 dias foragido.

Ricardo de Siqueira Martins, advogado de Gislaine, que foi absolvida pelo juiz Ulisses Drewanz Gräbner, disse que, em relação a sua cliente, a justiça foi feita:

“Na verdade, era nítido que a Gislaine não teve nenhuma participação. Ela foi previamente julgada pela sociedade. Não pôde nem viver o luto da filha. Ela vai colaborar com o que for preciso para que o Ariosto seja condenado com pena máxima por todos os crimes”.

Já o advogado da acusação, Daniel Tonetto, se disse satisfeito com a sentença do juiz:

“A decisão foi justa e correta”.

 

 

Fonte: Diário de Santa Maria