A Diocese da cidade de Bagé, na Região da Campanha do Rio Grande do Sul, recebeu uma resposta positiva do Vaticano sobre o pedido de beatificação e canonização de Sepé Tiaraju, também conhecido como São Sepé.
O Episcopado entrou com o pedido na Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano, por entender que o santo está na religiosidade popular e já foi canonizado pelo povo. “Sepé Tiaraju está na alma do povo, principalmente aqui na região. Agora entramos com o processo no Vaticano para que a Igreja também reconheça ele como tal”, destaca o administrador Diocesano da Diocese de Bagé, padre Alex José Kloppenburg.
Segundo o padre Alex, São Sepé já foi considerado como “Servo de Deus” pelo Vaticano. “É muito importante este processo para toda a história do RS e também dos povos da América Latina pois é reconhecer a grande contribuição dos povos indígenas, não só do guarani. E reconhecer também a religiosidade, a fé do povo”, destaca o padre.
Padre Alex destaca ainda que a Diocese estava ansiosa pela resposta do Vaticano. “Foi uma alegria muito grande receber o sinal verde. Ainda mais sabendo que a presença do Papa Francisco, que é latino americano, argentino, ajuda a motivar que o processo continue”, diz.
Os próximos passos para a conclusão do processo de beatificação e canonização serão dados no início de 2019. “Temos que nos reunir com o novo bispo que deve assumir em dezembro para trabalhar isso. As normas dizem que precisamos responder alguns quesitos sobre a vida e a obra de São Sepé, para que o Vaticano canonize de fato”, conta.
Quem foi Sepé Tiaraju
Sepé Tiaraju foi um líder indígena do Rio Grande do Sul, que lutou contra espanhóis e portugueses durante a Guerra Guaranítica. O confronto envolveu as tribos Guarani das missões jesuíticas contra as tropas espanholas e portuguesas, como consequência do Tratado de Madrid, que definia uma linha de demarcação entre o território colonial espanhol e português na América do Sul.
Sepé Tiaraju teve papel fundamental no conflito atuando como um agente de paz. “Ele trabalhou muito para achar uma saída de paz. Entrou em conflito com as tropas portuguesas e espanholas, tentando defender os índios para que não fossem removidos dos locais. Quiseram expulsar ele e ele acabou morto”, conta o padre Alex.
Fonte: G1 RS
