Réu acusado de matar e enterrar companheira em São Sepé será julgado

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Na próxima segunda-feira, 19, o Tribunal do Júri da Comarca de São Sepé fará o julgamento do réu Fábio Dias Santos, acusado de matar a companheira e enterrar o corpo dela ao lado da residência onde ambos moravam. O caso aconteceu em dezembro de 2014.

O corpo de Enilda Neves da Silva, de 56 anos, que fazia uso de andador para se locomover, foi encontrado enterrado por familiares depois que o desaparecimento dela completava uma semana.

Segundo o Juiz Thiago Tristão Lima, o réu é acusado pelo Ministério Público de matar a companheira e enterrar o corpo. O indivíduo permanece preso desde 11 de dezembro de 2014 em decorrência dos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver noticiados na denúncia e ainda levando em consideração que o crime envolve suposta violência doméstica. O magistrado buscou pautar com a máxima urgência o julgamento quando o processo retornou do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (após, julgamento do Recurso em Sentido Estrito apresentado pela defesa).

O julgamento está previsto para ocorrer às 10h da próxima segunda-feira na Câmara de Vereadores de São Sepé. O magistrado se mostrou preocupado com o número crescente de crimes envolvendo violência doméstica no Rio Grande do Sul, inclusive casos análogos de feminicídio.

 

Relembre o caso

A história da mulher que estava desaparecida há pelo menos uma semana, na localidade de São Rafael, interior de São Sepé, teve um desfecho trágico. O corpo de Enilda Neves da Silva foi encontrado na manhã de quinta-feira, 11 de dezembro de 2014, enterrado nos fundos da casa onde ela morava por dois sobrinhos da vítima.

Um dos familiares de Enilda, Paulo Renato Ferreira, conversou com nossa reportagem na época e disse que por volta das 9h ele e outro sobrinho da vítima foram até a casa na tentativa de realizar buscas e tentar desvendar o mistério. Ferreira contou que em torno de 10 metros nos fundos da residência notou que haviam restos de vegetação espalhados pelo chão e logo suspeitou de que o corpo da vítima estaria por perto.

 

Corpo estava enterrado

Ao vasculhar o local, o sobrinho da vítima constatou que existia uma quantidade de terra revirada e começou a cavar com o auxílio de uma lâmina de disco utilizada em máquinas agrícolas. Foi quando o sobrinho de Enilda teve uma surpresa e encontrou o corpo dela enterrado. A Brigada Militar foi acionada e isolou a área.

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Em seguida, agentes da Polícia Civil de São Sepé chegaram ao local do crime. A perícia foi acionada e coletou material. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Santa Maria.

O corpo estava enterrado com camadas de terra, pedras e restos de sucata. Uma quantidade de lenha estava sobre o local de onde o corpo da vítima foi encontrado. Familiares suspeitam que Enilda teria sido espancada, já que haviam marcas de agressões na cabeça e o corpo estava amarrado. Um andador que era utilizado por Enilda – que tinha dificuldades de locomoção – foi encontrado pendurado em uma das árvores da chácara.

 

No dia do crime, companheiro da vítima foi o principal suspeito

No dia do crime o principal suspeito foi o companheiro da vítima, Fábio Dias Santos, que morava com ela na localidade. Um agricultor que passava diariamente pelo local e trabalhava nas proximidades da residência disse que viu Enilda e o companheiro tomando chimarrão, em frente à casa, na terça-feira, dia 2 de dezembro.

Já um motorista que trabalha no transporte escolar contou à nossa reportagem na época que falou com o suspeito na semana anterior ao crime, e notou um comportamento estranho por parte do indivíduo. Segundo o motorista, que nunca imaginou que o caso poderia ter este desfecho, o companheiro de Enilda não saía de casa e por várias vezes olhava para o interior da residência. O motorista perguntou então ao morador onde estava Enilda. Ele respondeu que ela tinha viajado para Porto Alegre e que ele tinha ficado sob posse da chácara.

 

Sogro da vítima foi acusado de participação no crime

O sogro de Enilda (Nilton Rodrigues Dias) e pai do réu também foi acusado de participação no crime. O sogro da vítima teve liberdade concedida pela justiça no dia 25 de dezembro de 2014. Na época, o pedido de hábeas corpus tinha sido deferido no Tribunal de Justiça do RS, em Porto alegre.

O sogro da vítima chegou a ser preso temporariamente, mas respondia em liberdade e morreu pouco tempo depois.