A possibilidade do município de São Sepé receber a construção do Presídio Federal anunciado pelo Presidente Michel Temer há alguns meses vem se consolidando nas últimas semanas. Mesmo ainda sem o anúncio da decisão do Secretário de Segurança do RS, Cezar Schirmer, o município sepeense estaria no páreo para receber o investimento de aproximadamente 70 milhões de reais.
O prefeito Léo Girardello disse que antes de qualquer decisão a comunidade deve ser consultada. Porém, ele realizou uma viagem para conhecer uma unidade semelhante, construída no município de Catanduvas, no Paraná. Lá, ele diz que foi apresentado aos dados econômicos que a obra gerou na região e também conheceu de perto as questões da segurança.
A unidade construída em 2006 tem cerca de 360 funcionários – grande parte deles agentes com salários considerados altos se comparado a média da região. Os serviços de manutenção da unidade, como fornecimento de alimentos (em torno de R$ 1,6 milhão/ano fornecidos por restaurantes da cidade) distribuídas em mais de mil refeições por dia, logística e manutenção (R$ 1 milhão/ano), fornecimento de medicamentos e sistemas de monitoramento, por exemplo, chamaram a atenção do representante de São Sepé. “Quando se fala em presídio a primeira imagem que surge é a questão lastimável dos cárceres que vemos Brasil a fora. Mas em um Presídio Federal a história é diferente. Em Catanduvas são celas individuais, monitoradas por câmeras 24h e dezenas de barreiras até termos acesso. Além disso, são cerca de dez anos sem rebeliões e nem ao menos aparelhos celulares foram encontrados. Um presídio de segurança máxima é diferente”, argumentou o prefeito.
Questionado sobre a questão da insegurança no entorno do presídio, Girardello disse que o município receberia mais policiais (a exemplo de Catanduvas). Ainda segundo ele, se a vinda da obra para a cidade se concretizasse ocorreria em um local distante da cidade. “Seria na verdade diferente de Catanduvas, onde a unidade fica praticamente dentro da cidade. Mas o que queremos salientar é que o que presenciei na unidade que tem cerca de 12.000 m² de área construída é algo diferente do que a maioria das pessoas imagina”, salienta o prefeito que ainda relata ter visto veículos e agentes federais circulando pela cidade.
O prefeito de Catanduvas teria dito à Girardello que se houvesse atualmente um questionamento sobre receber ou não a obra a resposta seria sim. Ele considera os aspectos econômicos e os de segurança ocorridos em Catanduvas como positivos.
Já o chefe do executivo em São Sepé lembrou que obras voltadas à educação e ao desenvolvimento são mais importantes, porém, disse que cidades em desenvolvimento precisam atuar em várias frentes. “Eu prefiro anunciar uma universidade, uma escola ou um hospital. E estamos buscando este tipo de obra, quem acompanha nosso trabalho sabe. Mas a questão do presídio federal precisa ser analisada por nós enquanto gestores e certamente pela comunidade que será consultada”, finalizou.
Os dados colhidos pelo prefeito foram levados aos vereadores de São Sepé durante reunião na última quinta-feira, 23. O anúncio do Governo do RS sobre a cidade escolhida deve ocorrer nos próximos dias e a obra pode envolver até 250 postos de trabalho. Várias cidades do RS haviam se candidatado. A decisão ainda passa por análise dos técnicos do Ministério da Justiça, de Brasília. A cedência da área deve ficar a cargo do município escolhido.
Veja abaixo uma reportagem sobre a vida dentro do Presídio Federal de Catanduvas
