Por que o mapa do Distanciamento Controlado ficou todo laranja

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Foto: divulgação


 

Foto: divulgação

 

Depois de 20 mapas e mais de três meses com regiões com risco epidemiológico alto, o Rio Grande do Sul ficou, pela primeira vez, sem nenhuma bandeira vermelha. Na 21ª rodada do modelo de Distanciamento Controlado, divulgada na segunda-feira, 28, todo o mapa definitivo aparece em laranja. A cor significa risco médio para coronavírus.

“A pandemia não acabou. Vamos continuar monitorando e acompanhando. Assim como adotamos medidas mais restritivas quando o quadro ficou mais severo, agora indicamos medidas mais brandas com as tendências atuais”, reforçou o governador Eduardo Leite.

O que fez com que o RS voltasse a ter um mapa sem a cor vermelha – o que ocorreu da 2ª semana de Distanciamento Controlado, em 18 de maio, até a 5ª semana, que se encerrou no dia 14 de junho – foram os indicadores levados em conta pelo modelo.

Tanto os dados da propagação da Covid-19 como os de capacidade de atendimento hospitalar vêm apresentando melhora progressiva nas últimas semanas. Nesta 21ª rodada, todos os 11 indicadores, na média estadual, melhoraram.

 

Entre os principais dados do RS estão os seguintes:

• O número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid reduziu 25% entre as duas últimas semanas (de 1.061 para 793);

• O número de internados em UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) reduziu 9% (de 884 para 806);

• O número de internados em leitos clínicos com Covid reduziu 12% (de 778 para 688) e em leitos de UTI com Covid reduziu 5% (de 693 para 658);

• O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid aumentou 11% (de 614 para 684);

• O número de casos ativos reduziu 9% (de 10.793 para 9.805);

• O número de óbitos por Covid reduziu 19% (de 338 para 273).

 

Nesta rodada do mapa, nenhuma associação regional de municípios apresentou ao Gabinete de Crise pedido de reconsideração à classificação preliminar. Se de uma semana para a outra o RS apresentou melhoras expressivas, a comparação do momento mais crítico até agora, registrado na 15ª rodada, válida de 18 a 24 de agosto, torna o avanço ainda mais evidente.

 

Veja alguns dos exemplos:

• Número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid:

15ª semana: 1.126

21ª semana: 793

Redução de: 29%

 

• Número de internados em leitos de UTI Covid no dia anterior à divulgação do mapa:

15ª semana: 723

21ª semana: 658

Redução de: 9%

 

• Número de óbitos por Covid na semana:

15ª semana: 353

21ª semana: 273

Redução de: 23%

 

• Leitos livres de UTI para atender casos de Covid:

15ª semana: 567

21ª semana: 684

Aumento de: 21%

 

• Total de leitos de UTI no RS:

15ª semana: 2.481

21ª semana: 2.588

Aumento de: 4%

 

Dados externos

O cálculo do Distanciamento Controlado é feito pelo Comitê de Dados do Gabinete de Crise, formado por especialistas do governo e de mais 40 instituições, entre universidades, entidades de classe, organizações da sociedade ou cidadãos com conhecimento e experiência em estatística, avaliação e análise de dados.

Os números usados por essa equipe são enviados pelos 299 hospitais da rede pública e da rede privada de todo o território gaúcho, que abastecem o sistema diariamente com dados sobre internações, leitos livres e ocupados e casos confirmados e recuperados, entre outros. Essas informações podem ser acessadas a qualquer momento no site https://ti.saude.rs.gov.br/covid19.

Segundo a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, o modelo do Distanciamento Controlado foi dividido por regiões e por atividades e atualizado semanalmente, para que as restrições pudessem ser feitas no local, na proporção e momento adequados conforme o resultado do cálculo, com os pesos de cada indicador, resultando em quatro diferentes bandeiras: amarela para risco baixo, laranja para risco médio, vermelha para risco alto e preta para risco altíssimo, com protocolos sugeridos para cada nível.

“Quando uma bandeira vermelha muda para laranja, é porque houve uma melhora na média desses indicadores de proporção da doença e da capacidade de atendimento de cada região Covid, das macrorregiões e também de todo o Estado, que também pesam na nota final de cada região. Temos uma nota de corte para cada bandeira e, assim, se define a cor da semana”, explicou Leany.

A coordenadora lembrou que houve bandeira amarela nas semanas iniciais do modelo, antes do pico que já era projetado para o mês de julho, o que efetivamente aconteceu, mas que nestas 21 semanas, o RS não registrou nenhuma bandeira preta.

“Quer dizer que o modelo funciona, porque, quando houve bandeira vermelha, foram aplicadas as devidas restrições às atividades econômicas, reduzindo a circulação de pessoas, e logo, a circulação do vírus. Com isso, conseguimos controlar a situação e retornar para uma bandeira laranja, momento em que se chegou nesta 21ª rodada em todas as regiões”, acrescentou.

Conforme Leany, os principais indicadores que têm caído são a ocupação de leitos UTI e leitos clínicos e o número de óbitos por Covid. “Isso é muito objetivo. É a realidade que os números nos mostram. E é muito positivo, porque mostra que a população aderiu aos protocolos e às recomendações sanitários, o que vai preservar ainda mais vidas do que já preservamos”, avaliou.

Com 4.647 óbitos no acumulado, o Estado tem taxa de 40,67 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, o que representa a quarta melhor média nacional. Se o RS reproduzisse aqui a média nacional (67,45), mais de 7,5 mil gaúchos teriam perdido a vida para a Covid-19.

Uma das principais ações do governo que ajudaram a salvar vidas, juntamente com o Distanciamento Controlado, foi a ampliação de leitos. O RS aumentou em 102% o total de leitos UTI do SUS desde o início da pandemia, sem contar a rede privada, o que tem impacto no cálculo das bandeiras nos indicadores de capacidade hospitalar e garantiu que nenhuma pessoa morresse por falta de atendimento no Estado.

 

 

Fonte: Governo do Estado