O movimento “Te Mexe Arrozeiro 2018” iniciou pelas redes sociais e pretende ganhar voz em todo o país. Na quarta-feira, 31 de janeiro, mais de 2 mil pessoas entre agricultores de diversas cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e pessoas ligadas ao seguimento participam da assembleia, no Centro de Eventos de Restinga Sêca, para debater e reivindicar ações efetivas no combate à crise do setor neste período, que antecede a colheita do cereal deste ano. Uma das principais bandeiras do movimento é o alto custo na produção comparado ao preço da venda do produto.
Na abertura do evento, o prefeito Paulo Ricardo Salerno, que tem ligação com a agricultura, disse que a administração municipal está sempre à disposição da classe para tudo que for necessário. “É indispensável ter essas discussões e se reunir para debater questões primordiais para os agricultores. Estamos sempre à disposição porque sabemos o quanto nosso produtor é importante na geração de alimento, emprego e renda para o nosso país”.
Conforme o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de Restinga Sêca e agricultor, Cláudio Roberto Possebon, o Município foi escolhido para a realização do evento devido à região possuir grande parte da concentração de arrozeiros do estado. “Oferecer uma estrutura adequada para a classe é essencial levando em conta a importância do arroz para a economia regional” comentou.
Segundo o presidente da Associação dos Arrozeiros de Restinga Sêca e vereadores, André Tonetto, a prioridade é conseguir aumentar o preço do arroz a poucos dias da entrega da safra.
No período da tarde, a comissão formada por agricultores de diversas partes do Rio Grande do Sul se reuniu com os presidentes, da Farsul, Gedeão Silveira Pereira, e da Federarroz, Henrique Osorio Dornelles, para cobrar providências das demandas ouvidas na assembleia geral que ocorreu na parte da manhã.
A pauta que permeou a assembleia durante o dia possuía quinze temas de reivindicação.
Durante o dia, foram utilizados quinze temas pré-definidos para abordar a assembleia
1. Renegociação de dívidas do setor com prazo e condições reais de pagamento;
2. Seguro de renda para a cultura;
3. Ajuste dos preços mínimos ao real custo de produção das lavouras irrigadas (R$ 43,00);
4. Disponibilização de mecanismos de comercialização AGFs, PEP Exportação e Pepro com base nos preços mínimos revisados pelo custo de produção;
5. Reinserção dos arrozeiros ao crédito oficial mediante renegociação e securitização das dívidas em condições de pagamento condizentes com a realidade da lavoura;
6. Redução dos juros e custos do crédito oficial;
7. Liberdade de compra de insumos permitidos no Brasil (por princípio ativo) e fertilizantes no Mercosul com isenção de impostos de importação;
8. Equalização das tarifas de ICMS entre os estados brasileiros;
9. Aplicação da Lei Goergen que obriga fiscalização e testes fitossanitários em arroz importado para identificar a presença de resíduos, defensivos proibidos e contaminações;
10. Leis mais rigorosas para fraude na tipificação do arroz à venda com penas rigorosas para indústrias e industriais/responsáveis;
11. Redução dos juros e prazos de vencimento para o crédito privado liberado pelas indústrias;
12. Fortalecimento das entidades arrozeiras e maior representatividade dos pequenos e médios produtores da Depressão Central;
13. Transparência na elaboração e divulgação de dados de safra pelas organizações públicas para evitar impacto negativo ao mercado;
14. Formar uma comissão representativa;
15. Medidas de apoio à exportação.
Fonte: A.I. Prefeitura de Restinga Sêca