Morre o agropecuarista Vitélio Zago, aos 91 anos

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Foto: arquivo/divulgação

Faleceu nesta quarta-feira, 16, aos 91 anos, o agropecuarista Vitélio Zago. A informação foi divulgada por volta das 23h30min pela filha dele, Tania Zago Marquezan, em sua página no Facebook. O agropecuarista era casado e deixa quatro filhos.

O velório ocorrerá na capela 2 do necrotério do Hospital de Caridade em Santa Maria e o sepultamento está marcado para às 16h30min desta quinta-feira, 17, no Cemitério Municipal de Santa Maria.

Em junho de 2017, Vitélio Zago foi homenageado na Câmara de Vereadores de São Sepé. Naquela oportunidade, os vereadores fizeram a entrega da Medalha Sepé Tiaraju, maior honraria concedida pelo Poder Legislativo, e do Título de Cidadão Sepeense, concedido a pessoas que não nasceram em São Sepé, mas que desenvolveram projetos relevantes para o crescimento da cidade.

Com o plenário lotado, a solenidade contou com apresentação do Coral Municipal Vozes da Pulquéria. O chefe do Poder Legislativo na época, vereador Eto Vargas (PP), presidiu a mesa de trabalhos, ao lado do prefeito municipal em exercício, Marco Aurélio Cunha Santos, e do presidente do Sindicato Rural de São Sepé, José Aurélio Silveira.

Na época da homenagem, Silveira fez um discurso exaltando a trajetória do santa-mariense em solo sepeense e convidou outros oito ex-presidentes da entidade para entregar uma placa ao agraciado daquela noite, em nome do Sindicato Rural.

Na época, o decreto que outorgou as honrarias foi de autoria dos vereadores Lauro Ouriques (PPS), Janir Machado (PP) e Luiz Otávio Picada Gazen (PDT) e Zilca Camargo (PDT), com o apoio dos demais vereadores.

 

Biografia de Vitélio Zago

Nascido em 13 de abril de 1928, Vitélio Zago é natural de Santa Maria, Quinto Distrito. Filho de Luís Zago e Ângela Colpo Zago, cresceu com nove irmãos e quatro irmãs, sendo duas de criação. Com ensino fundamental incompleto, estudou até a quarta série.

Em 1953, casou-se com Sulmira Matilda Boeck Zago, com quem teve cinco filhos: Carlos Alberto, Flávio Luís (in memorian), Helena Maria, Tânia Regina e Nara Rejane. Com a atual esposa, Geovana Machado Lopes, teve Ana Caroline.

Em 1945 veio para São Sepé trabalhar como peão, sendo empregado dos irmãos, no Rincão dos Simões Pires. Na época, sem a ajuda da tecnologia, o arroz era colhido com foice e exigia muita mão de obra. Cerca de dez anos depois, os familiares dele venderam a propriedade que tinham em Santa Maria e decidiram ir para o Estado do Paraná, na cidade de Querência do Norte, onde seu irmão Setembrino foi prefeito. Vitélio ficou um ano lá e voltou para o Rio Grande do Sul. De lá para cá, só visitava os irmãos, que passaram a plantar café, algodão e também trabalhavam no ramo da pecuária no Estado vizinho.

De volta à São Sepé, arrendou uma área conhecida como Banhado do Trancoso, na localidade do Boqueirão, onde iniciou sua plantação de arroz e criação de gado. A partir daí foi expandindo a extensão de área plantada, arrendando outras propriedades. Foi considerado um dos maiores produtores de arroz do Estado e grande produtor e multiplicador de sementes. Com a ajuda da esposa, trabalhou muito e sempre foi diretamente responsável pelos próprios negócios.

Em 1993 uma perda muito dolorosa teve um impacto grande na vida dele. Seu filho Flávio Luís faleceu, na época com 23 anos. Ele era formado em veterinária e estava ajudando o pai na propriedade da família. Na época abalado pela perda, Vitélio passou a diminuir o cultivo de arroz e outras atividades. Há 17 anos não plantava mais arroz.

Teve ainda problemas de saúde, com dois episódios de Acidente Vascular Cerebral e uma reação a um medicamento, que acabou gerando uma lesão no estômago e perda de muito sangue. Nesta oportunidade, esteve internado na UTI por quatro dias.

Em São Sepé, participou da fundação da Associação dos Arrozeiros, onde era sócio até os dias de hoje. Também era sócio do Sindicato Rural, da Cooperativa Tritícola Sepeense e da Arrozeira Sepeense. Também era sócio do Sindicato Rural de Uruguaiana. Gerou empregos para centenas de pessoas. Além disso, suas terras foram lar para mais de 20 famílias, cujos homens e mulheres trabalhavam como caseiros. Com todos eles, Vitélio nutria relações de companheirismo e amizade.

Foi uma das figuras mais lembradas por entidades beneficentes de São Sepé. O agropecuarista colaborava regularmente com a Liga Feminina de Combate ao Câncer, com o Lar do Idoso, com o Hospital Santo Antônio e com a Paróquia local. Com a Festa do Divino, por exemplo, colaborou pela 70ª vez dentro das 138 edições. Chegou a doar 670 fardos de arroz ao Hospital Santo Antônio, em uma das piores fases financeiras da entidade.

Vitélio se orgulhava de manter vínculos econômicos, afetivos e sociais com São Sepé. Ele contou, na época à Câmara de Vereadores de São Sepé, que tinha amigos em Uruguaiana, Santa Maria, mas que tinha laços fortes com o povo sepeense.