Jovem sepeense filho de catadora é aprovado no Enem

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Fotos: Leandro Ineu


Reportagem: Bruno Garcia e Leandro Ineu

Fotos: Leandro Ineu

 

O sonho de entrar em uma faculdade se tornou realidade para o jovem sepeense Francisco Bitencourt, de 17 anos. Morador da Rua José Jaime de Figueiredo, no Bairro Vargas em São Sepé, “Chico” como é carinhosamente chamado pela mãe foi aprovado no Enem 2016.

Ele conseguiu uma vaga na Faculdade Antônio Meneghetti (AMF), em Restinga Sêca, no curso de Sistemas de Informação através do ProUni. O jovem, que tentou vestibular pela primeira vez, fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2016) e inscreveu-se no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para o curso de Engenharia de Transportes e Logística da UFSM. Como ficou na segunda chamada, Francisco optou por se inscrever no ProUni. Como primeira opção ele escolheu o curso de Administração da Faculdade Antônio Meneghetti e como segunda o curso no qual ele foi selecionado na mesma faculdade.

De vida humilde, morando em uma casa simples e com a energia elétrica cortada desde dezembro de 2016, Francisco, que sempre gostou das ciências exatas, reside com a mãe, Jaqueline Silveira, e três irmãos de 3, 7 e 14 anos. Ele conta que estudou na escola Francisco Brochado da Rocha (Ciep) da primeira série até concluir o ensino médio e sempre foi bem no colégio. Depois participou do Aprendiz Cooperativo da Cotrisel onde se formou em junho de 2016. “Eu dizia sempre pra ele: vai no colégio, cuida as faltas”, lembra Jaqueline. Nesta segunda-feira, 13, ele recebeu uma “faixa de bixo” doada pela empresa Art Signs.

Jaqueline, que não tem o primeiro grau completo, comemora com orgulho a aprovação do filho na faculdade mesmo levando uma vida difícil. Atualmente desempregada, ela disse que nos últimos meses trabalhou como catadora de materiais recicláveis em uma associação do Bairro Pontes, porém a última vez que ela recebeu um valor foi em agosto do ano passado. Depois disso ela continuou trabalhando, mas não recebeu nenhum dinheiro.

Francisco vai morar na casa do estudante oferecida pela própria instituição de ensino. Como o curso é à noite, o jovem pretende trabalhar durante o dia em Santa Maria para custear algumas despesas como transporte e alimentação.

A família é acompanhada pelo Conselho Tutelar e recebe um benefício do Bolsa Família. Porém o recurso não é suficiente para o sustento dos quatro filhos. “Não quero mais trabalhar como catadora”, relata a mãe do jovem. Com o objetivo de melhorar a situação da família, a mãe do estudante conta que pretende arrumar um trabalho como diarista ou cuidadora de idosos em São Sepé.

Com a luz cortada há três meses, eles precisam cerca de R$ 270,00 para que a luz seja religada no imóvel. Quem quiser ajudar a família pode entrar em contato pelo telefone (55) 99715-5689 ou (55) 99704-6208.