Instrutores do Proerd são capacitados para atuar com crianças com deficiência

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Foto: Guilherme Hamm/Secom


 

Foto: Guilherme Hamm/Secom

 

Um dos maiores desafios da soldado Michele Carrasco como instrutora Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) eram os alunos autistas da Escola Municipal Antônio Aires de Almeida, no município de Gravataí, na Região Metropolitana. Segundo a policial militar, faltava preparo, confiança e assertividade na atuação com crianças com deficiência. Desenvolvido pela Brigada Militar, o Proerd leva agentes de segurança fardados para as escolas com o objetivo de orientar estudantes sobre os riscos das drogas e de práticas violentas.

“A minha angústia é a de outros policiais. Eu não estava conseguindo atingir os objetivos com esses alunos autistas. Alguns se irritavam com as músicas, outros ficavam agressivos. Eu queria que eles participassem, mas cada um tem suas particularidades”, explica Michele.

Ao invés de aceitar a dificuldade imposta pela realidade, ela procurou o comando do 17º Batalhão da Brigada Militar do município, que organizou uma palestra na escola. Essas discussões foram o embrião do 1º Seminário Estadual do Proerd: Desafios na Inclusão.

O evento, que tem apoio da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades do RS (Faders), ocorreu na terça-feira, 10, na sede da Ulbra, em Canoas. Cerca de 300 brigadianos que atuam no Proerd em todo o Estado participaram de palestras e oficinas voltadas a ações com alunos com deficiência auditiva, visual, cognitiva, física e Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A coordenadora do Proerd no Estado, major Karine Pires Soares Brum, explica que muitos instrutores do programa haviam relatado dificuldade em inserir crianças e adolescentes nas atividades desenvolvidas. “A gente precisa de uma adaptação que começa na forma de cumprimentar o aluno. Esses estudantes já passam por inúmeras dificuldades. Muitos são excluídos e sofrem com o bullying. Então o Proerd precisa preparar essa criança para o futuro”, explica Brum.

A soldado Carrasco conta que as discussões trouxeram informações e conhecimentos fundamentais para o trabalho com os alunos com deficiência. “Eu saio daqui com a minha mente muito mais aberta. Esse seminário é um divisor de águas na minha trajetória como instrutora e policial militar”.

 

O Proerd

O Proerd existe no Brasil desde 1992, implantado pela polícia militar do Rio de Janeiro. O programa chegou ao Rio Grande do Sul em 1998. Atualmente, tem quase 900 instrutores habilitados. Desde o início no ano Estado, já foram mais de 3 mil escolas visitadas.