Aos 83 anos, o homem que ajudou a construir a Ponte do Fandango, principal acesso a Cachoeira do Sul, e que concretou os alicerces da Barragem do Capané, ainda luta para se aposentar.
Orestes Bilha, que foi registrado pelo pai cinco anos após o nascimento, vivia até pouco tempo com um auxílio do INSS. Para não perdê-lo, teria sido orientado pelo advogado a se desfazer de bens e até a se divorciar da mulher.
Com orgulho, ele exibe uma carta de recomendação, emitida em 1961, em que o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) reconhece que Bilha foi o responsável pela concretagem de 31.514 metros quadrados do enrocamento (base) da Barragem do Capané, entre os anos de 1959 e 1960.
Franceses
O homem, que guarda na lembrança o tempo em que trabalhou com engenheiros franceses na construção da Ponte do Fandango, disse que seu sonho é se aposentar. ‘É uma luta muito grande,” declarou ele.
O Jornal O Correio, de Cachoeira do Sul, procurou o advogado Gerson Silveira, responsável pelo processo de Bilha na Previdência. Ele disse que o cliente vinha recebendo uma espécie de auxílio-doença do INSS, mas que perdera o benefício porque o instituto teria constatado que Bilha possuía bens.
Questionado, então, sobre o fato de Bilha não ter encaminhado ainda o pedido de aposentadoria por idade, o advogado disse que esse seria o próximo passo a ser dado. Na última segunda-feira, a pedido do advogado, Bilha, que afirma não ter nenhum problema de saúde, foi ao escritório para, finalmente, dar início ao processo de aposentadoria por idade.
O que diz o INSS
A reportagem de O Correio tentou obter informações sobre o caso de Bilha com a agência local do INSS, mas foi orientada a recorrer a superintendência do órgão em Porto Alegre, que já está apurando todos os detalhes sobre a situação do construtor da Ponte do Fandango e da Barragem do Capané com a Previdência Social.
Veja detalhe da carteira de trabalho do construtor Orestes Bilha
Fonte: O Correio