Terminou por volta das 15h30min desta terça-feira, 20, o julgamento de Irineu dos Santos Xavier. O réu foi acusado de tentativa de homicídio qualificado e resistência à prisão em um fato ocorrido em maio de 2015 em um bar localizado no Bairro Santos, em Vila Nova do Sul. A vítima, Isaias Dias Rodrigues, foi atingida por golpes de faca na época do crime.
Na sentença proferida pelo Juiz Thiago Tristão Lima, Xavier foi condenado a 8 anos e 8 meses de reclusão (tentativa de homicídio) e 2 meses e 15 dias de detenção (resistência à abordagem policial), ambas em regime semi-aberto. A pena deve ser cumprida imediatamente.
O julgamento
O júri começou por volta das 10h15min no plenário da Câmara de Vereadores de São Sepé. Houve a leitura do processo, seguida do sorteio dos jurados. Na sequência foi ouvida a vítima, Isaias Dias Rodrigues, que deu detalhes sobre o dia do fato.
Rodrigues disse que chegou para comprar cigarro na época do fato. Ele estava sentado, de frente para o balcão, quando o réu chegou no estabelecimento e desferiu golpes de faca pelas suas costas. O homem agredido relatou que num primeiro momento não conseguia fugir, mas depois conseguiu sair para fora do bar e desmaiou.
Ele também alegou que não conhecia o autor da agressão e nunca teve nenhuma discussão com ele. A vítima mostrou aos jurados cicatrizes de cortes nas costas, pescoço e no braço esquerdo. Disse ainda que perdeu quase por completo os movimentos da mão esquerda.
Depois foi a vez do réu, Irineu dos Santos Xavier, ser interrogado. Em seu depoimento, o réu disse que os fatos imputados a ele não são verdadeiros. Alegou que se sentia ameaçado e, na sua versão, a vítima teria lhe apontado o dedo e passado a mão em um taco de sinuca. Ele reconheceu que pegou a faca que estava na mochila e atingiu a vítima. O réu destacou que não queria machucar e negou que tenha resistido a abordagem da polícia. O réu sabia que a vítima tinha matado outra pessoa em outra oportunidade e que um amigo tinha dito ao réu que a vítima havia “prometido” pra ele, que teria dito “te cuida do fulano”.
Por volta das 11h15min, o Ministério Público (MP) assumiu os trabalhos. A Promotora de Justiça, Bárbara Pinto e Silva, apontou os fatos e mostrou a faca que teria sido usada no crime, apreendida na época pela polícia. O MP sustenta que há dois delitos no mesmo fato: crime doloso contra a vida e resistência à abordagem policial.
Por volta das 12h20min foi feito intervalo para almoço e os trabalhos foram retomados no início da tarde com a manifestação da defesa do réu.
No início do júri, o Juiz de Direito destacou o compromisso da Comarca de São Sepé em realizar ao menos um julgamento por mês e o trabalho que vem sendo realizado para diminuir o número de processos.
