Federarroz emite nota sobre a paralisação dos caminhoneiros

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A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) emitiu nota nesta quarta-feira, 30, em que se posiciona sobre a greve dos caminhoneiros e presta orientação junto aos produtores sobre o tema.

 

Confira a nota na íntegra

Primeiramente, tem-se que a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) reconhece a legitimidade da greve dos caminhoneiros realizada em todo território nacional, sobretudo durante os dias 21 a 26 de maio de 2018.

Parcela importante dos arrozeiros do Rio Grande do Sul não somente apoiou, mas também aderiu ao referido movimento, em virtude do mesmo sentimento de irresignação pela indiferença dos governantes, políticos e administradores frente aos constantes aumentos de custo de produção.

O setor de transportes está passando pelo mesmo problema enfrentado pelos orizicultores há décadas, agravado pela recessão vivida pelo país.

A Federarroz possui a plena clareza que a oferta e demanda são preponderantes nas economias de livre mercado. Entretanto, faz-se a ressalva que essa premissa, oferta e demanda, somente funciona adequadamente, e com justiça, quando em ambiente equilibrado, onde monopólio, ou mesmo oligopólios, são devidamente observados, através de adequada fiscalização, ou então, quando a economia não sofre choques constantes, como os ocorridos com diesel e energia elétrica.

Produzir arroz no Brasil tem sido um desafio. Mesmo possuindo a segunda maior produtividade mundial em mais de um milhão de hectares cultivados, o produtor gaúcho está sem renda e encaminha-se para profundo endividamento.

Custo mais alto em relação aos concorrentes é o principal problema, o famoso “contencioso Mercosul”. Entretanto, a fiscalização ineficiente, tanto nas fronteiras quanto nas gôndolas também contribui para este cenário. Além disso, política de Estado do Rio Grande do Sul com a manutenção de ICMS prejudicial ao escoamento da produção e a falta de investimento no Porto de Rio Grande obrigam ao produtor abrir mão de renda, ou pior, aumentar o prejuízo, para custear a máquina pública ineficiente e indiferente às dificuldades de quem produz.

Todavia, tem-se que a Federarroz, ciosa de sua missão institucional, recomendou às Associações ligadas a Federarroz que busquem retomar a normalidade de suas atividades, de modo que deixem de acompanhar o movimento dos caminhoneiros, na medida em que, salvo melhor juízo, os contornos da necessária legitimidade grevista estão sendo ultrapassados. Corrobora isso o fato do Governo Federal ter emitido esforços para atendimento da ampla pauta do caminhoneiros, que de certa forma, também beneficiou agricultores com a redução do diesel.

A Federarroz está buscando a realização de audiência pública junto a Assembleia Legislativa, de modo que o setor poderá demonstrar coesão e união na busca por soluções da lavoura junto aos Governos Federal e Estadual.

Certo da compreensão dos orizicultores e esclarecimentos à população, acerca do teor da presente manifestação, despeço-me rogando votos de estima e apreço.

 

Atenciosamente,

Henrique Dornelles

Presidente da Federarroz