Faxineira encontra e devolve sacola com erva-mate e remédios após postagem em rede social

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Foto: reprodução/arquivo pessoal

 

Uma pequena sacola, alguns objetos de pouco valor e uma história daquelas pra replicar à vontade por aí. Foi nas redes sociais que tudo começou, quando o filho de um aposentado de 69 anos decidiu fazer um pedido até então despretensioso depois que o pai havia perdido alguns objetos no caminho de volta para casa.

Morador do Bairro Londero, Renan Fernandes conta que ainda era tarde de quinta-feira quando o pai chegou em casa desanimado, pois as compras que havia feito haviam sido perdidas. O já senhor Renê Leão Pereira havia juntado as economias para comprar alguns remédios, um pacote de erva-mate e um maço de cigarros. Mas foram as dores nas pernas que fizeram o aposentado parar no meio do caminho para descansar, momento em que acabou deixando na rua parte das compras. “Ele chegou em casa chateado, pois além de não gostar de perder as coisas (pois já é uma pessoa de idade), aquele dinheiro ia fazer falta”, conta.

A ideia foi então postar o pedido em um grupo do Facebook. Lá, o homem escreveu que os pertences eram simples, mas o objetivo principal era não deixar o pai triste. Em poucos minutos os comentários e compartilhamentos foram aumentando. Renan conta que, sensibilizadas, algumas pessoas haviam se prontificado a comprar os mesmos objetos para que o senhor não ficasse chateado.

A surpresa veio no começo da noite, quando uma faxineira de 28 anos de idade acabou entrando em contato com Renan. Era Franciele Rodrigues, moradora do Bairro Santos, que há algumas horas tentava localizar verdadeiro dono dos objetos. “Estava voltando pra casa quando percebi aquela sacola no chão. Primeiro acabei não ligando, mas algo me motivou a retornar e pegar, pois eu sabia que alguém poderia estar precisando já que haviam remédios ali e como minha mãe também é doente, fiquei preocupada”, conta Franciele que iniciou a busca pelo dono através de contato com amigos e alguns taxistas conhecidos. Sem sucesso, o objetivo era levar até a farmácia municipal no dia seguinte. Poucas horas depois, no entanto, uma amiga contou para a Franciele que havia lido a postagem no Facebook.

“Não pensei duas vezes e pedi para ela dar meu número ao rapaz. Disse à ele que não havia mexido em nada, e mesmo que na minha casa não tivesse erva e eu não tivesse dinheiro no momento, eu sabia que na verdade não era meu”, relata. Na entrega seu Renê pediu ao filho que doasse a erva ou que desse dinheiro para Franciele, que acabou recusando. “Ele colocou o dinheiro na minha mão, mas eu disse que não precisava, pois estava seguindo Deus e fazendo pelo certo, e sei que ele me daria em dobro já que minha mãe sempre ensinou isto”, enfatiza ela que faz pequenos bicos para manter seu sustento.

Agora, Franciele seguirá em busca de um trabalho fixo, já que apesar da pouca experiência se diz dedicada para aprender. Ela deixa um telefone para contato caso haja alguém interessado em contratá-la (55) 9 9641-8744.