Energia elétrica pode ter aumento de quase 20%

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Foto: reprodução

Um aumento expressivo na tarifa de energia elétrica e que pode chegar a 19,50% foi proposto pela RGE Sul. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a realização de audiência pública para debater a revisão tarifária periódica da companhia gaúcha. A reportagem é do Jornal do Comércio.

Apesar de ainda haver possibilidade de mudanças, normalmente o resultado final não é muito distinto do que foi sugerido inicialmente. A alteração nas contas de luz da RGE começarão a vigorar a partir de 19 de junho. Para a classe de consumidores B1 (residenciais), o incremento médio previsto é de 19,73%; para a alta tensão (indústria), de 19,05%; e para a baixa tensão (pequenos comércios), de 19,77%.

O presidente do Conselho de Consumidores da RGE, Claiton Gaieski Pires, admite que foi surpreendido pelos números apresentados e diz que esperava percentuais menores. “Pareceu extremamente alto”, frisa. O dirigente comenta que analisará mais profundamente as bases que foram adotadas para chegar a esse patamar. Porém, adianta que parte desse aumento é explicada pela taxa de remuneração de investimentos feitos pela concessionária que não foram amortizados. Conforme o presidente do Conselho de Consumidores da RGE, durante a audiência pública, há pouca margem para mudar os números propostos.

No entanto, Pires considera importante a participação de clientes, do Ministério Público e de sindicatos para demonstrar a insatisfação contra o robusto incremento. O dirigente reforça que a questão afeta a competitividade da indústria e o poder aquisitivo da população. Pires chega a levantar a dúvida se as melhorias feitas pelas distribuidoras na rede elétrica, quando essas empresas já possuem boas condições de atendimento, valem a pena se vinculadas a pesados repasses na conta de luz. O diretor de Operações da comercializadora de energia Electra Energy, Fernando Umbria, diz que não se surpreendeu com o aumento indicado. O dirigente salienta que o processo de revisão tarifária é o momento em que a Aneel passa um “pente fino” nas tarifas das concessionárias, analisando mais profundamente os custos dessas companhias.

Umbria cita o gasto com a aquisição da energia, encargos setoriais como a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e investimentos feitos na rede elétrica por parte da RGE como motivos que ocasionaram o percentual. A audiência pública, que se estenderá do dia 28 de março até 12 de maio, também servirá para a definição dos limites dos indicadores de continuidade do fornecimento de energia da RGE (DEC e FEC), para o período de 2018 a 2023. Haverá uma sessão presencial para debater o tema no dia 26 de abril na cidade de Caxias do Sul, em local e horário a serem definidos posteriormente. As sugestões podem ser encaminhadas ainda por correspondência para o endereço da Aneel (SGAN, Quadra 603, Módulo I, Térreo, Protocolo Geral, CEP: 70830-100), em Brasília (DF).

A RGE é a distribuidora de energia elétrica da Região Norte-Nordeste do Rio Grande do Sul que atende a 255 municípios. A companhia é controlada pelo grupo CPFL, assim como a RGE Sul, que, recentemente, teve um incremento médio de 25,34% sugerido pela Aneel para as suas contas. Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio, a assessoria de imprensa da RGE informou que a empresa não iria posicionar-se sobre os percentuais divulgados pela Aneel.

 

 

Fonte: Jornal do Comércio