Dia de Campo mostra sistema de despesca e desenvolvimento de alevinos em Agudo

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Um Dia de Campo sobre piscicultura realizado pela Emater/RS-Ascar terça-feira, 17, em Agudo, mostrou um sistema de despesca e desenvolvimento de alevinos experimentado pelo piscicultor Ademir Fardin, de Linha Araçá, no interior do município. O evento técnico, que teve apoio da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, contou com aproximadamente 100 pessoas, oriundas de Agudo, Cerro Branco e São João do Polêsine.

O gerente adjunto do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, técnico agrícola José Renato Lovato Cadó participou do evento e avaliou a iniciativa. “O Dia de Campo mostrou que é possível, dentro de um pequeno espaço onde se consegue construir um manancial, tornar uma atividade econômica viável à piscicultura e, no momento em que o produtor tem uma alternativa como essa, em que os investimentos não são muito grandes, a piscicultura surge como uma iniciativa de complementação de renda ou até mesmo como alternativa de diversificação”, disse Cadó.

De acordo com a extensionista da Emater/RS-Ascar de Agudo, bióloga Claudia Bernardini, o objetivo do evento foi apresentar uma nova alternativa de cultivo de peixes e despesca praticada na propriedade de Ademir Fardin. “A região de Agudo possui muitos açudes e por meio do sistema desenvolvido por Fardin, em que pequenos tanques são interligados a um açude maior, é possível ter um maior controle de produção e despesca com qualidade, sem retirar a água dos viveiros”, explicou a extensionista.

 


Sistema diminui desperdício de água

O sistema desenvolvido pelo produtor, intitulado de Sistema de Despesca e Desenvolvimento de Alevinos (Sideal), demonstrou uma forma de convivência respeitosa frente à natureza, “pois diminui significativamente o desperdício de água, sem prejudicar o alto rendimento e fácil manejo da piscicultura”, diz o assistente técnico em Piscicultura do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, engenheiro agrônomo Cesar Medeiros.

O Sideal foi explicado aos participantes do Dia de Campo através de três estações: Implantação e Manejo de Viveiros; Manejo e Nutrição de Peixes; Qualidade da Água, Adubação e Calagem; além de uma demonstração prática de despesca.

A primeira estação foi conduzida pelo extensionista do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de São Martinho da Serra, médico veterinário Edson França Vieira, que abordou os conceitos teóricos acerca de métodos adequados para manejo e alimentação de peixes em açude. França destacou questões referentes à qualidade da água, como o pH, temperatura, fotossíntese, entre outros.

“Eu achei a explicação bastante proveitosa, pois tirei minhas dúvidas sobre o plâncton, oxigenação da água, enfim, vários assuntos que eu considero importantes para quem aposta nesse ramo”, destacou o produtor Daviano Lisboa, que há um ano investe na criação de peixes em sua propriedade.

Em outra estação o assistente técnico estadual em Piscicultura da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Henrique Bartels, explicou aos presentes algumas questões referentes ao processo de calagem. “A importância da calagem está voltada para os efeitos da adubação. Antes de efetuarmos a adubação, é necessário realizar a calagem do viveiro tal qual se efetua nas lavouras. A calagem também melhora a alcalinidade da água e, com isso, o pH varia menos na água que sofreu a calagem, comparado com aquela que não sofreu tal processo”, destacou Bartels.

Já em outra estação, o piscicultor Ademir Fardin demonstrou, por meio de uma maquete, o sistema de funcionamento do Sideal. O sistema foi concebido por Fardin há quinze anos. “Eu idealizei esse sistema desde o método de construção do tanque, incluindo também a parte de montagem da comporta, enfim, todo o processo. Mesmo sendo simples, esse sistema é importante porque ele oferece acesso ao pequeno piscicultor, pois possibilita fazer depósitos de água”, disse Fardin, que afirma ter inventado esse sistema devido à dificuldade de encontrar métodos que reduzissem a perda de alevinos.

“Graças a esse sistema, o piscicultor tem total controle da quantidade do que se produz, funcionando até como uma terapia”, completou Fardin, que também salientou já ter trabalhado com várias espécies de peixes, dedicando-se atualmente às carpas, pois elas se adaptam melhor ao ambiente e ao clima da região.

 

Fonte e foto: Emater/Ascar