Casal sem casa para morar vive em barraca às margens do Rio Jacuí

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Foto: Cacau Moraes/O Correio


Foto: Cacau Moraes/O Correio

Uma barraca iglu, algumas roupas e utensílios domésticos fazem parte do cotidiano de uma família, que não tendo casa para morar, há duas semanas está acampada às margens do Rio Jacuí, entre o final da Rua Moron e a sede campestre do Grêmio Náutico Tamandaré, em Cachoeira do Sul.

A situação comove moradores das redondezas, que não dispensam a atenção ao casal e a uma criança de quatro anos. Eles residiam em Porto Alegre e foram para Cachoeira do Sul.

No início dormiam embaixo de árvores, que fazem parte da mata ciliar do Rio Jacuí. Tiveram que mudar de local devido ao aparecimento de cobras. Depois de ganharem a barraca iglu, conseguiram uma lona plástica que dá mais proteção contra o vento, a chuva e proteção à noite.

Ana Paula da Luz, de 27 anos, veio com o marido, Alex Sandro Pereira da Rosa, de 42 anos, para a cidade. Alex Sandro é cachoeirense. A família há 60 dias ganhou um terreno da prefeitura no Bairro Parque Primavera, no Alto do Amorim.

No entanto, sem dinheiro e sem madeira para construir uma casinha, o casal resolveu devolver o terreno e se mudar para as margens do Rio Jacuí. O casal se preocupa com a situação do pequeno Mateus e, por isto, Alex Sandro sai todos os dias para realizar biscates. Ele limpa terrenos, corta grama, trabalha como carpinteiro e pedreiro, mas nem sempre consegue trabalho. “O dinheiro que a gente consegue e para comprar alimentos”, diz Ana Paula, acrescentando que o objetivo do casal não é continuar morando no mato, mas ter uma casinha e matricular o filho em escola municipal.

 

O caso

Ana Paula e Alex Sandro ganharam a confiança dos moradores da final da Rua Moron. Uma família fornece água, outra alimentos, roupas e dá especial atenção ao menino de quatro anos. A ideia é tentar novamente um terreno com a Prefeitura, porque agora o casal tem uma barraca para iniciar uma moradia.

Em um pequeno balcão, que também ganharam, está um livro e objetos pessoais, porque a barraca precisa ficar sempre fechada para evitar mosquitos e cobras. Alex Sandro, assim como Ana Paula, possuem documentos. Ele tem carteira profissional onde existem registro de trabalho em empresas do ramo de construção de Porto Alegre. O pequeno Mateus torce pela visita do Papai Noel. “Quero que ele venha aqui”, revela.

 

O que precisam

A alimentação é preparada em meio alguns tijolos onde precisam tomar cuidado com o fogo neste período de calor. O casal precisa de panelas e utensílios domésticos, roupas, madeiras ou uma barraca maior. Mesmo que não fiquem muito tempo onde estão, necessitam de ajuda. Sem a atenção dos moradores da Moron, a família estaria passando por extrema dificuldade.

 

 

Fonte: O Correio