Becos e vielas – Handrey Lima

0
169

Entre choros e vielas
Carroças e caravelas
Crenças e velas
Bruxas e cinderelas
Mansões e favelas….

Os princípios se confundem, atentos, na vertigem
Margens percorridas procurando a origem
Flores renascidas em lixos não frequentados
Artistas sem papéis, lápis ali quebrados

Quebrados na poeira, esfarelados em formato de pó
Partições compostas em noites, numa frequência sem dó
Realize o inviável, mesmo que ele te dê medo
Corrija o pecado, caso ele seja o teu medo

Não perca tempo falando aquilo que cansa de repetir
Mentiras são ilusórias, não deixe a tentação nelas cair
Caia, levanta, faça de suas atitudes seu próprio retrato
Visite seu eu interior, seu interno orfanato

Queremos ter a certeza de termos atitudes aplaudidas pela multidão
Perdemos a nobreza, sobre elas querendo a atenção
Perpetue sobre o por quê? Sobre a razão, e o sentimento
Perceba a claridade, mesmo que se embarace com o tempo

Relembre a existência, o porquê de tua nascença
O choro, o abraço, a alegria, sua própria crença

Acredito que os anjos nos guiam em situações controversas
De ódio, de amor, noites lindas e perversas
Pois bem te digo, fico com receio de relatar o que aqui já vivi
Apenas falo o que sinto, o motivo de chorar e ao mesmo tempo sorrir.

 

Handrey Lima