O cantor Índio Sepé, que fez sucesso na música regional gaúcha a partir dos anos 70, projeta para este ano o lançamento de um novo CD, intitulado Aventuras de um Gaúcho, pela Gravadora Vertical, de Caxias do Sul. Aos 83 anos, vindo de Uruguaiana, hoje ele mora sozinho há menos de um ano num dos apartamentos do Asilo Nossa Senhora Medianeira, em Cachoeira do Sul.
Albino Agne – seu nome de batismo – nasceu às margens do Arroio Barriga, hoje município de Novo Cabrais, em 31 de março de 1933. Até se descobrir artisticamente, ele viveu na lida de campo, no interior do município. “Hoje, como vivo sozinho, optei por alugar um apartamento no asilo, onde converso e tenho amigos”, destaca.
O primeiro LP, intitulado Filho da Fronteira, foi gravado em 1971. Foi o começo de uma discografia composta por 15 trabalhos, boa parte deles produzida em gravadoras renomadas do Sudeste do país, como Copacabana, Continental e Tapecar, do Rio de Janeiro. “Quem me lançou no disco foram Darci Fagundes e Airton dos Anjos”, recorda Índio Sepé, com carinho das amizades criadas na vida musical.
Além de cantor, Índio Sepé também foi produtor e apresentador do Programa Fogo de Chão, na TV Bandeirantes, ao lado de Luiz Menezes, um dos maiores cantores da música regional gaúcha, autor do clássico Última Lembrança. Índio Sepé destaca, com orgulho, que as músicas de seus álbuns são 100% próprias e afirma ter recusado propostas de compra e venda de suas composições.
Mesmo se considerando um artista independente, Índio Sepé destaca algumas parcerias formadas com artistas renomados, como Bruno Neher (Os 3 Xirús) e Pompilio Brum Ribeiro. Ele considera como seu maior sucesso a música “Vem Chegando o Gomercindo”, e também destaca a obra “Origem do Meu Nome”, na qual explica, em versos, o porquê de ter escolhido o nome artístico de Índio Sepé.
Para 2017, além do novo CD, Índio Sepé projeta seu retorno à televisão. Sua ideia é apresentar um programa chamado Fogo de Chão na Sua Casa, com artistas renomados da música gaúcha. Ele ainda não sabe em qual emissora conseguirá tirar o projeto do papel, mas afirma que dará preferência para executar a ideia em Cachoeira. “Quero defender a minha terra. Sou um humilde cantor que quer defender Cachoeira”, ressalta.
Em seu apartamento no Asilo Medianeira, Índio Sepé divide o espaço com dezenas de discos e CDs, um aparelho de som e a gaita e o violão novos, comprados recentemente de uma loja de artigos musicais da cidade. O cantor afirma não ter a pretensão de retornar aos palcos, mas confessa que ainda quer ouvir muito as suas músicas executadas em programas de rádio.
Afinal, depois de muito andar por regiões de quase todo o Brasil e de ter se apresentado até no Uruguai, Cachoeira do Sul é a cidade que mora na mente e no coração do cantor Índio Sepé.
No site Mercado Livre, os discos de Índio Sepé podem ser encontrados a preços que variam de R$ 20,00 a R$ 240,00.
* O Correio
