‘Achei que era um filme de terror’, diz mãe de jovem que levou facada na cabeça

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Foto: BM/divulgação


 

Foto: BM/divulgação

O jovem, de 19 anos, que foi atacado com uma facada na cabeça, na quarta-feira, 2, segue em estado grave no Hospital Universitário, em Santa Maria, na Regão Central do estado. Ele está sedado e aguarda por um leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diz a família.

“Quando olhei, achei que fosse um filme de terror. Os braços caíram. Chamei os irmãos dele e meu esposo. Não sei como consegui forças para me manter e não deixar que ele arrancasse a faca.”

O G1 fez contato com o hospital e aguarda informações sobre a previsão de transferência dele.

Conforme relato da mãe, o rapaz está sedado por conta do respirador, mas responde a estímulos. Em sua última visita, ela diz que ele demonstrou consciência e ficou agitado.

Apesar da preocupação com o filho, a mulher diz que está melhor do que na madrugada em que ele chegou, por volta da 1h40, com a faca de açougueiro encravada no crânio.

“Ele é alto, forte, tem 1,90m. Normalmente bate forte na porta. Desta vez, bateu bem fraquinho”, disse.

 

‘Ele mesmo tentou puxar’

A mãe do jovem diz que ele ficou consciente o tempo todo. Permanecia em pé e se negava a atender os pedidos de que se sentasse. Permaneceu muitos minutos em frente ao espelho, pedindo para que retirassem a faca, enquanto a ambulância do Samu não chegava.

“Ele mesmo tentou puxar, mas [a faca] estava cravada no osso, e não conseguiu. Estava sangrando muito. A sala ficou um sangue só. Não tinha esperança que fosse sair dessa, de tanto sangue que perdeu”, afirma a mãe.
Em todos os procedimentos pelos quais passou, na transferência para o hospital e no atendimento de emergência, o jovem estava consciente. Ele chegou a cantar rap para os médicos e arrancar risadas de quem o socorreu, relata a mãe. Ecos do tempo em que tocava percussão e violão no Centro Social Madre Francisca Lechner.

Segundo a mãe, ele não tinha muitas inimizades. Trabalha com o padrasto como servente de pedreiro e ajuda a levar renda para a família de seis pessoas. Ele se alistou e aguarda para servir ao Exército.

Há três anos, porém, a violência tirou uma das pessoas mais próximas dele. O antigo padrasto, que ajudou a criá-lo, morreu em um assalto na esquina de casa. Desta vez, a família não suspeita de roubo, pois ele retornou com a mesma roupa e dinheiro nos bolsos. Porém, tampouco tem ideia da motivação do ataque.

“É um cara querido. Só o que nos relatou é que foi mais de uma pessoa”, diz a mãe.

 

Investigação

A Polícia Civil não descarta nenhuma hipótese. A principal linha de investigação no momento, segundo o delegado Gabriel Zanella, é tentativa de homicídio. A polícia ainda coleta e analisa imagens de câmeras de segurança nas imediações de onde o crime ocorreu.

O delegado aguarda a recuperação do jovem para que ele preste esclarecimentos. Familiares e outras testemunhas já foram ouvidas.

 

 

Fonte: G1 RS