Terra, paralelepípedo ou asfalto: um levantamento sobre a situação das ruas de São Sepé

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Não importa o dia, a hora ou as condições climáticas. Elas estão sempre ali, muitas vezes despercebidas, dando passagem e servindo como interligação dos espaços de uma cidade. As ruas identificam locais, carregam consigo nomes de personalidades e ainda caracterizam muitos municípios. A exemplo de tantas outras cidades, São Sepé já chegou a ser reconhecido pela qualidade de seu calçamento que atualmente vem sofrendo transformações e alterações. Hoje, a reportagem do “Osepeense.com” traz um panorama sobre a situação das ruas de São Sepé.


Desenvolvimento que rima com calçamento:

Não há como negar que uma das maiores conquistas dos bairros do município nos últimos anos é a chegada do calçamento. Ainda que de paralelepípedo, os projetos amenizam problemas como a conservação e a poeira das estradas de terra, além de valorizar os imóveis das margens das vias. Segundo dados do Executivo Municipal, só nos últimos dois anos cerca de 40 trechos foram concluídos no município. E não é para menos: bairros como o Pontes, por exemplo, viram a expansão da construção civil e do comércio surgir a partir da chegada da pavimentação. Mas a mesma iniciativa que traz alegria, também pode se tornar uma grande dor de cabeça aos moradores.


Minha rua ainda é de terra. Por quê?

Mesmo com o constante avanço dos projetos de pavimentação, São Sepé ainda possui diversos espaços a espera do paralelepípedo. Na Prefeitura Municipal dezenas de projetos são enviados frequentemente para o Ministério das Cidades, em Brasília, de onde sai parte da verba para a construção das ruas.

_MG_5280O coordenador de Projetos, Guederson Guedes, explica que o critério de seleção é realizado pelo próprio Ministério. “Geralmente recebemos a solicitação para pavimento do trecho através dos moradores. A partir daí um projeto técnico é elaborado pela Prefeitura que por sua vez repassa o caso para o Governo Federal”, esclarece. Ele ainda enfatiza que a análise dos projetos e a aprovação das obras são feitas de acordo com o recurso disponível pelo Ministério. “É por esta razão que alguns trechos acabam sendo beneficiados antes que outros projetos mais antigos. Tudo é feito mediante o recurso disponível e a seleção do Ministério”, explica.


Saúde Pública x Manutenção da Via

Um dos grandes transtornos enfrentados pelos sepeenses nos últimos meses está diretamente ligado à saúde pública: a substituição de aproximadamente 6400 metros de rede de água realizada pela Corsan tem deixado boa parte das ruas em situação delicada. Especialistas na área da pavimentação são unânimes em mencionar que é praticamente impossível manter o trecho como era antes após a abertura de grandes espaços. Em vários locais da cidade é possível identificar pontos onde as pedras recolocadas estão soltas, trazendo inclusive perigo para os veículos. É também quase total a opinião da comunidade de que é preciso maior atenção na reconstrução das ruas. Por outro lado, os canos – antes de amianto, uma substancia que chegou a ser considerara cancerígena – estão sendo trocados por materiais que não prejudicam a saúde da população.

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Asfalto que já foi polêmico volta a ser analisado

Há alguns anos um projeto para colocação de asfalto no entorno da Praça das Mercês foi o estopim para um grande embate entre ideias distintas. Enquanto parte da comunidade apoiou a implantação do asfalto, outra se posicionou contra a iniciativa. Na época, ONGs ligadas ao meio ambiente também foram contrárias ao projeto, sob a alegação dos danos causados pelo asfalto, como a retenção de calor ou a pouca vazão para água das chuvas. O apelo cultural do município também foi questionado, já que o paralelepípedo representaria parte da história da cidade.

Recentemente, o prefeito de São Sepé, Léo Girardello, buscou contatos sobre a instalação de uma usina de asfalto no município, ação que possibilitaria a ampliação de trechos com o material. O tema segue sendo estudado pelo Executivo mas também prevê cuidado já que o acesso à canalização de água e esgoto, por exemplo, seria mais complicado com a presença do material no solo, além da reposição do produto. Em grandes cidades, galerias de acesso são construídas antes da colocação do asfalto.

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