Fabian Lisboa

Muros Invisíveis
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Hoje na ida para a faculdade, fiz meu ritual tradicional. Tem gente que chama isso de “T.OC.”. Se é, não sei, mas enfim. Entrei no ônibus, sentei no mesmo lugar de sempre, tomei um pouco de água, coloquei meus fones, escolhi o que ia escutar: Mumford and Sons foi a banda escolhida, até por ser a atual menina dos meus olhos.

No caminho fui a olhando a paisagem e viajando com as músicas dessa banda que amo tanto. Um pensamento me veio na cabeça: Por que na nossa vida nos cercamos de muros invisíveis? Criamos muros, barreiras em nossas cabeças que por nada nesse mundo ousamos cruzar. Fortificamos esses lugares no fundo da nossa alma, num cantinho do coração, nos confins do nosso cérebro e ali só passamos para olhar de longe. Existem dias que nos arriscamos, e damos uma olhada para o outro lado, caminhamos sobre ele mas nunca passamos para o lado de lá.

Às vezes, atrás desses muros está um perdão de um pai, de um irmão, ou de um filho. Também pode estar uma amizade verdadeira que foi perdida em algum momento da história. Um sim, um não, que a muito tempo já devia ter sido dito. Ali também pode estar escondidinho um grande amor, o verdadeiro amor, que espiamos por uma fresta do muro. Que sonhamos com aquilo. Mas que por falta de coragem deixamos ele lá, esperando, às vezes por uma vida inteira. Todos temos muros invisíveis  que achamos intransponíveis, mas não são.

E pelo menos uma vez na vida devemos pular e ver o que existe do outro lado.